terça-feira, 2 de agosto de 2011
OLUBAJÉ - O BANQUETE DO REI
01
....o banquete do rei
O ritmo daAvamunha reúne a todos. ê na mesma ordem da sequência anterior que os dançarinos, em número de vinte eum, dirigem-se a esse novo lugar, no exterior. Sobre as cabeças, os alguidares, cheio de iguarias , visto que oOlubajé éuma grande produção, distribuição e consumo do que se alimentam os orixás.
Diante do cortejo,Yaloshun dê. Atrás dela, uma filha de Oyá carrega algumas esteiras. Logo a seguir, uma outra traz, nalouça de barro as folhas de “ ewe-lará”. Uma terceira filha sustenta em sua cabeça um pote de argila contendo o “ aluá “, a bebida sagrada. Vinte e um tipos de comida geralmente são oferecidos, sete no mínimo.
Um novo cântico de ritmo lento começa a ser ouvido. Ele marca o início do grande banquete do rei e vai se prolongar por
muito tempo até o seu final.
“ Aráayé a je nbo , Olúbàje a je nbo
Aráayé a je nbo , Olúbàje a je nbo”
Povo da terra, vamos comer e adorá-lo, o senhor aceitou comer.
Povo da terra, vamos comer e adorá-lo, o senhor aceitou comer.
As esteiras são desenroladas e sobre elas é colocado um tecido branco e imaculado. Um após outro, os alguidares e potes
sãocolocados sobre a toalha e formam sobre o chão a grande mesa .
Yaloshundê incumbe a três dos mais velhos iniciados a servir, sobre as folhas de mamona, utilizados como pratos, um
pouco de cada alimento contido nos recipientes. Ela mesma se encarrega de oferecer os primeiros aos convidados mais
importantes, aconselhando a todos a não ficarem imóveis, mas adançar ou se mover sem parar e comer com as maõs.
A música continua. Ao lado e a um canto da “mesa”uma grande bacia esta preparada para receber os restos que devem ali ser depositados. As folhas que servem de prato devem ser fechadas, juntamente com os restos de comida não consumidos, e passadas ao longo do corpo, as mãos não devem ser lavadas...elas serão limpas ao serem esfregadas nos braços, pernas ou cabeça para que oAxé se impregne na pele.
Yaloshundê , assegurando-se de que cada um foi servido, dirige-se até um convidado de grande importância de outra
comunidade, exortando-o a cantar as preces deObaluaiê.
È é é ajeniníiyá, ajeniníiyá
Àgò ajeniníiyá
Máà kà lo, ajeniníiyá,
Ajínsùn aráaye, ó ló ìjeniníiyá
E wa ká ló
Sápadàaráaye, ló ìjeniníiyá,
E wa ká ló
Ìjeniníiyá aráaye
A vós punidor, te pedimos licença, não nos leve
embora.
Ele pode castigar e levar-nos embora, mandar-nos embora de volta para o outro mundo( outro, o dos mortos).
Pode castigar e levar-nos embora, castigar nos
humanos.
Todos se ajoelham e um cântico em solo é ouvido de forma melodiosa e respondido pela audiência três vezes.Fora a voz
humana, somente oAgogô , marca os intervalos entre cada estrofe.
A prece continua.....
Opeèré má dó péré
Operé(Pássaro) não ficará só
Ó bèré ké se
Ele começará a gritar.
Má dó há, má dó pèré
Partilhara sua comida,não ficará só
Opeèré má dó péré
Somente Operé não ficara só.
Ó bèré ké se
Ele proclamará a todos.
Má dó há,má dó pèré
Ele ficará e gritará, e não ficará só.
Olubajé........ o banquete do rei
Fragmentos deTextos extraído do livro de José Flávio Pessoa de Barros
Festa deOlubajé no terreirodeYaloshundê no Rio de Janeiro
Após executada a 1ª parte do cerimonial de abertura , segue a continuação...
02
Don hòn há
Os de Empé usarão barreiras contra feitiços,
Don hòn há é à ,Empé
se tornarão visíveis
Don hòn há
e dividirão a sua comida
Don hòn há é à ,Empé
Opèré má dó péré
Dó sú, màá dó é
Operé não ficará só
Dó sú, màádó , Dó sú, màádó
ficará cansado, ficará bem
Dó sú, màá má n’gbé
ficará cansado e será ajudado.
Ayò kégbe hún hún
Contende gritara, sim , sim
Ayò kégbe hún hún
........ Todos batem palmas pausadamente – paó – saudandoObaluaiê.
Com voz forte e cheia de entusiasmo, esta frase melodiosa ecoa. O conjunto dos participantes se levantan e cantan:
Omolú Kíí bèrú jà
Omolu não teme a briga.
Kòlòbó se a je nbo
Em sua pequena cabaça traz axé e feitiço.
Kòlòbó se a je nbo
Vamos comer cultuando-o
Kòlòbó se a je nbo
Omolu não teme a briga.
Aráayé.
Em sua pequena cabaça traz axé e feitiço.
Vamos comer cultuando-o, todos juntos.
Dançam em volta da mesa até que a música termine.Novamente aAva munha se instala. Toda a louça, a toalha ,a esteira, a bacia com os restos são retirados do local e a antiga roda sai em fila indiana, portando os recipientes sobre os ombros,os quais serão depositados na casa deObaluaiê e na manha seguinte serão despachados.
Yaloshundê anuncia em voz baixa e alguém trás um grande cesto de pipocas que é depositado aos seus pés.Com um gesto
delicado ela toma um punhado deDoburus lançando sobre os convidados caindo como chuva.
Um novo intervalo permite que os atabaques retornem ao seus lugares de origem.
.... a dança do rei
OAdjarim quebra o silencio ,Yaloshun dê a frente do cortejo entoa um novo cântico como súplica marcado ao tom do
agogô.
Ágò n’ilé , n’ilé
Permissão ( licença )
N’ilé ma dàgó
para entrar na casa.
Sápadà , A jí nsún ,
licença Sapatá
Ma dàgó
Ajinsun, permissão
Ágò n’ilé ágò.
Para entrar na casa, licença.
A estrofe é repetida até que todo o cortejo esteja presente no interior do barracão.A cada vez, o nome litúrgico deSapatá
é substituídosaudando: Ajinsun – Omolu – Onilé – Obaluaê – Jagun – Azuane e outros num total de 16.
Um solo surge respondido em uníssono pelo público com entusiasmo:
Ó gbélé ìko , sàlàrè
Ele vive em casa de palha
Sálà rè lórí
que é o seu alá, que cobre a sua cabeça
Ó gbélé ìko, Ó gbélé ìko
vive em casa de palha
Sálà rè lórí
o alá que cobre a sua cabeça.
Três golpes fortes noRun , fazem cessar a melodia de maneira abrupta; é oremate, que se ouve para que um outro canto
possa se elevar:
Olórí ìjeníiyà a pàdé
O Senhor que mata, o Senhor que castiga
Olorí pa
vem ao nosso encontro.
Olórí ìjeníiyà a pàdé
O Senhor que mata, o Senhor que castiga
Olorí pa
vem ao nosso encontro.
O canto repetido varias vezes fala daquele que castigae pune osinfratores.
03
O refrão a seguir , fala da proteção àqueles que sabem bem receber :
Jóalé ijó , é
Dance em nossa casa,
Jóalé ijó , é jó
dance, dance , dance em nossa casa.
alé ijó ,
dando força e energia à nossa casa.
Àfaradà a lé
Dançando ele dá proteção àcasa.
Njó ó ngbèlé
Um quarto e quinto cânticos falam da tradição e da constante peregrinação do Rei conquistador. O povo de
santo sempre fala dos respeito que se deve aos andarilhos, pobres e pedintes, dizendo que “ são os afilhados de
Obaluaêou até ele mesmo disfarçado”para observar os seus . E o último, dos campos daqueles que cultivam
a terra, do lavrador que pede aOnilé fartura para seu povo
Àká ki fàbò wíwà
Celeiro para onde retorna a existência,
Àká ki fàbò wíwà
que possa você ter celeiro para onde
Wáákalé , wáá
retorna a existência, longa vida
Kalé sé awo orò
para cultuar as tradições, e que
Wáákalé , wáá
possa você ter longa vida
Kalé sé awo orò
para culturar as tradições.
Ò kíní gbé fáárà farotì
Ele é aquele que pode aproximar-se e dar apoio
Ò kíní gbé fáárà àfaradà
aqueleque pode dar força e energia
Oní pópó oníyè
com sua proximidade. Senhor das estradas
Kíní ìyìyá wa ìfaradá
e dos campos, Senhor da boa memória,
que pode nos dar força para resistirmos à dor.
Ò ní a ló ìjeníìyà
Ele pode fazer secar a cabeça do homen,
Ajàgun tó ló
levá-lo embora e
Ìjeníìyà olúwàié
esculpir a cabeça do homem .
Táálá bé okùnrin
Ele pode fazer definhar,
O táálá bé okùnrin
matar a cabeça do homen.
Wa ki ló kun
É o executor que decapita ,
Táálá bé okùnrin
que pode nos castigar.
Abénilorí ìbé
O guerreiro que podecastigar.
Rí ó ní je olúwàié
Osenhor da terra.
Táálá bé okùnrin
Oguerreiro que pode punir.
O cântico suplica ao Deus , cujo rosto oculto inspira temor e medo, porem todos sabem que padeceu enfermo,
sofreu o flagelodo abandono e, porisso mesmo, ampara e protege os desafortunados.
Wúlò ní wulò
Ele é importante e necessário
A nilè gbèlé ibé kò
para nós da terra, dá proteção à casa
Wúlò ní wulò
não permita que nossas cabeças tombem
A nilè gbèlé ibé kò
( pelasmãos do inimigo)
O aspecto punitivo doOrixá, é expresso em outra cantiga , assim como seu poder criador.
Omolú tó ló kum eron ènìòn
Omolu é aquele que pode
E ló e ló e kum
esculpirna carne das pessoas.
Omolú tó ló kum eron ènìòn
Omolu é aquele que pode
E ló e ló e kum
esculpirna carne das pessoas.
Omolú tó ló kum eron ènìòn
Ele pode, ele podeeele esculpe.
Omolú tó ló kum eron ènìòn
Ele pode, ele pode ele esculpe
>>>
04
Os Sábio-sacerdotes , diante de Onilé ( Senhor da terra ) se dizem pequenos: a modéstia , no entanto , é só
aparência diante dos poderosos.
Ascantigas falam disso............
Onilè wà àwa lèsé òrisá
O Senhor da terra está entre nós que cultuamos orixá.
Opé ire onílè wà a lèsé òrisá Opé ire
Agradecemos felizes pelo Senhor da terra
E kòlòbó e kòlòbó sín sín sín
estar entre nós que cultuamos orixá.
Kòlòbó
Agradecemos felizes.
E kòlòbó e kòlòbó sín sín sín
Em sua pequena cabaça traz remédios
Kòlòbó
para livrar-nos das doenças
Omolú pè olóre a àwúre e
Omolute pedimos Senhor da boa sorte,
Kú àbó
que use seus remédios ( sortilégios )
Omolú pè olóre a àwúre e
para nos trazer boa sorte.
Kú àbó
Seja bem-vindo!!!
Jé a npenpe e ló gbé wàiyé
Senhor que tem boa memória e pode tornar-se inteligente.
Tó ní gbón mi
pois eu sou insignificante( pequenino )
Jé a npenpe
É ele que pode dar proteção ao nosso mundo.
Omolú wàiyé( Obalúwaiyé)
È ele que pode dar inteligência, eu sou pequenino
Tó ní gbón mi ó
Rei, Senhor da terra, torne-meinteligente.
Um último canto precede o balé dos outros orixás presentes á festa. Em algumas casas de santode tradição
nagô, ele antecede o banquete. Os adeptos entram no barracão dançando.
Á frente do cortejo uma filha de Iansã tem sobre sua cabeça um balaio ornado com grandes laços.Dentro um“ assentamento “deObaluaê recoberto de pipocas que são distribuídas aos presentes.Em troca, quando podem oferecem pequenas quantias em dinheiro.
Kóró nló awo , kóró nló awo
Ele vai embora,
sé ó gbèje
embora da cerimônia,
Kóró nló awo , kóró nló awo
embora do culto.
sé ó gbèje
Ele aceitou comer.
Este canto anuncia queOnilé – Senhor da terra , aceitou as homenagens partilhando com todos , povo eOr ixás,
as oferendas.
05
a saudação dos convivas......
È hora da família mítica deObaluaê. Vem dançarOxumarê, seu irmão,o arco-íris; depoisNanã, a sua mãe;
em seguidaIemanjá, sua mãe adotiva e finalmenteIansã, “ aquela que acalmou seu sofrimento na infância.
Oxumarê, que se encontrava sentado placidamente, ao ouvir os primeiros acordes do seu “Orô”. Isto é, da
cantiga que fala de sua história. Curvando-se em uma saudação, todos ouvem seu assobio alto e melodioso,
anunciando sua satisfação.
A dança compassada deixa que todos possam admirar as roupas do Deus - Serpente .
Òsùmàrè
Ele está sobre a casa.
Wàlé lé mo rí , Òsùmàrè
Eu vi , ele é imenso.
Lé´ lé mo rí ó , ràbàtà
Ele está sobre a casa, é Oxumaré
Lé´ lé mo rí
Oxumaré está sobre a casa
Òsùmàrè
Eu vi Oxumaré.
Um novo cântico, no mesmo ritmo , se ouve.....O texto fala do ´´àkoró ´´, isto é , do Senhor do àkorô – espécie
de chapéu ou turbante que usam os poderosos em suas apresentações.
Aláàkòró lé èmi ô
Aláàkòró lé ìwo
O Senhor do àkoró esta sobre mim.
Aláàkòró lé èmi ô
O Senhor do àkoró sobre você.
Aláàkòró lé ìwo
Òsùmàré ó ta kéré
O Deus do arco-íris movimenta-se
Ta kéré ó ta kéré
rapidamente.
Òsùmàré ó ta kéré
Para diante, adiante , adiante.
Ta kéré ó ta kéré
O Orixá dança por mais alguns minutos e, curvando-se em todas as direções , saúda os quatro cantos do mundo
e a todos os presentes, retirando-se em seguida.
Os acordes dos atabaques, reverenciam“ a mais velha dasiabás’ , a venerávelNanã.
Yaloshundé dirige-se até ela, que placidamente aguardava seu momento de saudar Obaluaê.
E o cântico começa.......
Òdí Nàná ni ewà
Léwà lèwá e
A outra face( outro lado ) de Nanã é bonita
Òdí Nàná ni ewà
A outra face de Nanã é bonita
Léwà lèwá e
Os versos da música sacra dizem que a “ Venerável Anciã “ tem a outra face bela , deixando supor que existe
uma que deve ser respeitada, poisNanã está intimamente ligada ao culto dos “egunguns “ , isto é , os espíritos
dos ancestrais do povo-de-santo. A vinda do “ Ibirí “ – cetro daquela que é“ a mais velha das deusas” é
providenciado.
Nàná ayò
Nanã Olocó(aquela que tem poderes para chamar um parente morto)
Àwa ló bímon ayó alóko
faça-nos felizes; nós poderemos tomar outra direção para termos a
Nàná ayò
alegria do nascimento de filhos.
Àwa ló bímon ayó alóko
Naná Olocó, faça-nos felizes.
Ò iyá wa òré
Ò ní aijalò
Ela é nossa mãe e amiga;
Ò iyá wa òré
Ela é a Senhora da alta sociedade.
Ò ní aijalòòde
Ao sons dos atabaques, majestosamente elacomprimenta a todos na sua despedida; os presentes
respeitosamente a saúdame reverenciam...........- Sálù bà Nàná..... Sálù bà Nàná ....
..... outra mãe estápara chegar....
06
È a vez deIemanjá , a quem se pede proteção, filhos saudáveis , partotranquilo, beleza e prosperidade.
Suas vestes regiamente ricas em tons claros fazem dela uma das mais belas dasIabás.
Os cânticos falarão de seus atributos, os mesmos que seus adeptos em todos o Brasil desejam e suplicam á
deusa das águas.
As quatro cantigas que se seguem falam disso:
Yemonja àwa
Iemanjáprotege-nos e nos enche de
Ààbò a yó
satisfação.
Yemonja
È Iemanjá , estamos protegidos ,
07
...celebrando a criação
Vestido de branco , segurando um longo cajado e indiferente a toda agitação do barracão está
Oxalufâ-“ o Senhor da Criação “ .
Amparado, é delicadamente erguido de sua cadeira; a passos curtos e lentos é conduzido até a orquestra, que
aguarda pacientemente sua caminhada até que chegue mais próximo, para então executar o seu ritmoIgbi.
Ao seu lado, Oxaguiã ,seu filho guerreiro, e como ele, também“ Pai da Criação “.
Amparado pelo guerreiro, o mais velho encurvado começa a dançar, e todos exultam....
= Epa babá !! -Respeitos ao pai !!
///
= Epa babá !! -Respeitos ao pai !!
Èyin rí àwa
Vós vedes a nós e a crença em nossos corações.
ìgbàgbó wa okòn
Vós vedes a nós e a crença em nossos corações.
Èyin rí àwa , ìgbàgbó wa okòn
Façais com que haja concórdia em nossa reunião
Ètùtù sé ipadé siré
de xirê ( dançar e brincar paraorixás )
Kò rú lé, kò rú lé,
Que não causeis confusão na casa,
Bàbá Ifá
Pai Ifá.
E sìn sé ipàde siré
Vos cultuaremos em nossas reunião de xirê,
Kò rú lé, kò rú lé,
não causeis confusão em nossa casa,
Bàbá Ifá
Pai Ifá.
Sem cessar a dança e no mesmo ritmo, é saudado, agora, Ajalá , o grande oleiro, construtor das cabeças dos
homens:
Àjàlá mo rí mo rí mo yo
Ajalá fez o meu ori ( minha cabeça ),
Álá forí kòn
me germinou e fez crescer,alá que segura
E àgó fi rí mi
e mantém a minha cabeça.
Bée orí kò kíì Àjàlá
Assim não há ori ( cabeça ) que não saúde Ajalá.
Bàbá òkè kí a mò rè
O Pai que está no topo,nós o conhecemos e saudamos.
Kíì Àjàlá bée orí kò
Ajalá , não há ori que não o faça.
Um último cânticoé executado para saudar os orixás funfun – donos do branco, da “ pureza” como dizem
outros, é em especial a homenagem aOxaguiã, sempre louvado no alvorecer, nas preces feitas aos ancestrais.
Ojó mò tyìn odó aláyé ojó
Chefe do dia que entende o dia
Ojó bí walé ojó
e tem pilão.
Ojó mò tyìn odó aláyé ojó
O que nasce em nossa casa ,
A bo wa Bàbá ó
vamos cultuar o nosso pai.
Uma história ouvidahá alguns anos, na Casa Branca do Engenho Velho–IlêIa – Nassô , relata.....
“Oguiã, que gostava muito de guerra...voltava para sua cidade, quando viu que ela estava muito vazia..soube
então que parte de seu povo fora levado e escravizado...Cheio de raiva vai á floresta e arranca uma imensa
árvoree vem sobre o seu tronco até o Brasil...No meio do mar encontrauma linda mulher,Iemanjá-Ogunté,
guerreira como ele...fazem um filho –Ogu njá... e os três chegam à Bahia para lutar juntos por sua gente....”
Neste dia- o da festa – apesar das homenagens feitas a todos no xirê, dois Orixás estão ausentes:
Xangô – o irmão rival do homenageado.
Ogum, de quem o povo-de-santo diz ter com ele “ uma disputa” muito antiga com referenciaa faca.
A luta dos que veneram os Orixás não pode cessar.
lentamenteos convidados se retiram....
o dia já amanhece na casa de Ialoshundê....
Capa/frente
Olubajé....
.....o banquete doRei
Cânticos Sacros Afro-Brasileiros
Autor.: José Flávio Pessoa de Barros
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