quinta-feira, 20 de outubro de 2011
ONYRÁ A SENHORA DE IRA
OnYra - A Senhora de Ira
Conta-se que Onyra era uma ninfeta que sonhava com a vaidade de Òsún. Todos os dias, ela ia ver Òsún se banhar no rio, apreciava como ela cuidava dos cabelos, peles e etc. Havia uma pedra no meio deste rio que até uma determinada hora, quando as águas ainda estavam baixas, ela se apresentava como uma ilha e era onde Onira ficava até que as águas começassem a subir. Num belo dia, Onira adormeceu e as águas subiram o seu nível rapidamente e a encobriu antes que ela pudesse acordar. Neste mesmo momento Onira estava sonhando que era uma Òsún. Conta esta itan (lenda), que o Criador se penalisando de tão lindo sonho não permitiu que Ikù a pegasse e a encantou naquele exato momento, o que lhe permitiu de continuar vivendo este sonho na sua vida real.
Conta-se um outro itàn, que existia nas terras de Irá, uma linda moça chamada Onira, ela sempre comandava seu povo com sabedoria. Mas, ela tinha um grande problema: adorava lutar e se sentia bem em matar seus inimigos. Onira era descontrolada quando tinha em punho sua adaga de guerra. Certo dia enlouqueceu de vez, chegou a um vilarejo e matou todos q alí encontrou. Os sábios da cidade de Irá resolveram procurar Osáàlá para que Ele na condição de Rei, mandasse que Onira parasse de matar.
Onira recebeu o recado q Osáàlá queria vê-la e foi até Ilê Ifé (palácio de Osáàlá). Chegando lá, Osáálá assustou-se, pois as roupas de Onira eram vermelhas, de tanto sangue de suas vítimas. Ela ajoelhou-se e perguntou o que o grande Rei queria. Osáàlá mandou que trouxessem uma grande quantidade de Efun (seu pó branco sagrado). Pegou seu pó e jogou sobre Onira. Na mesma hora suas vestes de cor vermelha, tornaram-se rosa, por causa da mistura do pó branco com o sangue. Então, Osáàlá ordenou que Onira não mataria mais ninguém, e que ela jamais vestiria vermelho em publico, e que rosa seria sua cor, e como ela era uma moça tão quente, que fosse morar nas águas junto com Òsún.
E lhe disse:
Onira minha filha, és uma moça tão bela, tão doce, por que matas?
Sinto-me bem quando tiro a vida de alguém, mas sei q isso não é certo.
Foi então q Osáàlá teve uma idéia.
Já que você gosta lidar com a vida e com a morte, você terá junto com Oyá o domínio sobre os Eguns. Não tirarás mais a vida de ninguém, apenas irá conduzir os que já se foram.
Está certo Osáàlá, seu desejo será realizado mas não tire de mim minha adaga.
Osáàlá disse: Pode deixar, mais agora vá morar na cachoeira com Òsún.
Onira obedeceu a Osáàlá, foi morar na cachoeira. Chegando lá Òsún ria e debochava dela, mais resolveu ser sua amiga. Porém, Onira muito mal humorada, não queria papo. Até que um dia Onira adormeceu sobre uma pedra, olhando Òsún banhar-se e as águas da cachoeira subiram e Onira estava morrendo afogada, Òsún vendo o que estava acontecendo, mergulhou e foi salva-la, chegando lá Onira estava quase morta e Òsún resolveu fazer um feitiço e na mesma hora Onira reviveu e transformou-se em uma espécie de lava que correu rio a fora. Onira transformou-se em um rio de fogo. Òsún pensou que Onira havia morrido, chorou por horas, sem saber o que diria a Osáàlá, já q ele a incubiu de tomar conta da moça atrevida. Foi então que surgiu uma borboleta linda, de cor salmão com tons alaranjados, que voava ao redor de Òsún. Ela tentou pegar a borboleta que voou para dentro da floresta, Òsún seguiu a borboleta que parou em frente a uma árvore e tomou a forma da linda Onira. Òsún não acreditava no que via, e Onira lhe disse:
Por que choravas minha amiga, estou aqui viva, e graças a você!
Graças a mim porquê Onira? Eu não fiz nada.
Na hora que eu estava morrendo você fez um feitiço e dividiu comigo todo seu encanto, agora sou uma ninfa (mulher encantada), assim como você, tenho poderes de transformação. Posso ser um rio de fogo nos meus momentos de ira, posso ser um búfalo quando eu quiser ficar sozinha, e me transformar na mais bela borboleta quando estiver feliz. E Onira foi até Osáàlá lhe contar o q havia acontecido, ele ficou feliz mais sabia que toda esta mudança jamais acalmaria Onira, e que por dentro ela ainda seria aquela guerreira incansável. Mandou então que ela fosse morar com Oyá e aprender a dominar os Eguns. Depois, Onira mudou-se e foi viver com Osóòsi e como ela foi criada por caçadores, sabia caçar como ninguém. E Onira morou com quase todos os Òrìsás, aprendendo tudo que eles sabiam fazer.
Onira = a Senhora de Irá (terra de Oyá)
Ela é impulsiva e suas filhas carregam suas características, são capazes em momentos de comoção doar, na hora e sem pensar, tudo o que tem, mas se a pessoa fizer uso indevido daquilo que ela doou, ela vai pra cima, sem mais delongas, se ela for traída então piorou, são capazes de tudo na hora de raiva; mas acabando esses momentos de impulsividade momentânea são pessoas maravilhosas, prestativas. Possuem um pouco de difículdade em guardar segredos, mas, em determinadas ocasiões, sabem manter a regra.
Não vesti roupas de cores quentes, tendendo sempre ao rosa, amarelo, azul claro ou salmão para quebrar o branco total, mas geralmente rosa, devido ao seu cárater explosivo e também ter um enredo muito grande com Òsáàlá, porque foi esse caminho de Oyá que deu a Osògiyan, o poder sobre o atòri. Quando essa Oyá se manifesta é de costume colocarem ou preso em suas costas ou em sua saia um atòri, e é presença a ilustre nas festas dedicadas a Òsáàlá.
Onira reina no mundo dos mortos e tem ligação direta com Obaluwaiyè e Ògún, sendo que sua ligação maior é com Òsún Opará, que recebeu dessa qualidade de Oyá os ensinamentos para lutar e ser guerreira.
Òsún Opará ser tornou então, companheira inseparável de Onira, comendo juntas no bambuzal ou nos rios e tendo aprendido os fundamentos dos Eguns. Sendo assim, essa qualidade de Òsún, também tem relação direta com os Eguns. Quando “Onira” e “Opará” se juntam, se tornam muito perigosas pois têm em dobro a força e a sabedoria dos guerreiros.
Òsún Opará é um caminho de Òsún jovem e guerreira, companheira de Ògún e Sangò, estando ligada diretamente com os caminhos de Osògiyan, o jovem guerreiro.
Onira está Ligada a Osògiyan, Òsún, Ògún, Ode, Obaluwaiyè ...
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