Oxalá encabeça a família dos orixás funfun, os orixás brancos, que usam o ẹfun (giz branco) para enfeitar o corpo, dos quais há 154, segundo Pierre Verger, que cita os seguintes:
Òrìşá Olufọn ajígúnà koari, “aquele que grita quando acorda”;
Òrìşá Ògiyán Ewúléèjìgbò, “Senhor de Ejigbô”;
Òrìşá Ọbaníjìta;
Òrìşá Àkirè ou Ìkirè, um valente guerreiro muito rico que transforma em surdo-mudo aquele que o negligencia;
Òrìşá Ẹtẹko Ọba Dugbe, outro guerreiro muito ligado a Òrìşànlá;
Òrìşá Aláşẹ ou Olúorogbo, que salvou o mundo fazendo chover num período de seca
Òrìşá Olójo;
Òrìşá Àrówú;
Òrìşá Oníkì;
Òrìşá Onírinjà;
Òrìşá Ajagẹmọ, para o qual, durante sua festa anual em Ẹdẹ, dança-se e representa-se com mímicas um combate entre ele e Olunwi, no qual este último sai vencedor e aprisiona seu adversário. Mas tarde Òrìşá Ajagẹmọ é libertado e volta triunfante para seu templo. Ulli Beier sugere que nesta representação poderia haver uma espécie de reconstituição da conquista do reino Igbô por Odùduà, da derrota de Orixalá no plano temporal e de sua vitória final no plano espiritual.
Òrìşá Jayé em Jayé;
Òrìşá Ròwu em Owu;
Òrìşá Ọlọbà em Obá;
Òrìşá Olúọfin em Iwọfin;
Òrìşáko em Oko;
Òrìşá Eguin em Owú.
A todos esses orixás funfun são feitas oferendas de alimentos brancos, como pasta de inhame, milho, caracóis e limo da costa. O vinho, o azeite de dendê e o sal são as principais interdições. As pessoas que lhes são consagradas devem sempre vestir-se de branco, usar colares da mesma cor e pulseiras de estanho, chumbo ou marfim. A rigor, deveriam ser os únicos a serem chamados orixás, sendo os outros designados pelos próprios nomes ou então, sob a denominação mais geral de ebora para os deuses masculinos. O termo imọlẹ abrangeria o conjunto dos deuses iorubás. O ritual de adoração de todos os orixás funfun é tão semelhante que, em alguns casos, é difícil saber se se trata de divindades distintas ou de nomes e manifestações diferentes de Oxalá.
Segundo a tradição, Òòsàálá desfruta de situação de Òrìsà máximo. Chama-se também Obàtálá, que significa "Rei Maior". Deus o teria criado antes de todos os outros e lhe teria dado o poder de auxiliar na criação dos seres humanos.
Enquanto Deus faria os corpos brutos, Òòsàálá faria os olhos, os narizes, as orelhas e outras partes dos corpos. É também chamado de "Ate-re-re-kaiye, Olódùnmarè".
Os Yorùbás rezam para que Òòsàálá favoreça as mulheres grávidas e, para agradá-lo, entoam canções especialmente em sua honra:
"Eni s'oju s'emu (A pessoa que fez olho e nariz)
Òrìsà ni maa sin (Òrìsà que vou cultuar)
Adani b'o ti ri (Criou a pessoa como ela é)
Òrìsà ni maa sin (Òrìsà que vou cultuar)
Eni ran mi w'aiye (A pessoa que me mandou para o mundo)
Òrìsà ni maa sin (Òrìsà que vou cultuar)
Òòsàálá não gosta de azeite-de-dendê, osùn, e de qualquer coisa vermelha. Seus sacerdotes e cultuadores usam roupa branca no dia de sua festa. As cultuadoras também usam turbantes e contas brancas. O Òrìsà, aliás, exige, tradicionalmente, não apenas alvuira na vestimenta mas também retidão nas pessoas.
A comida típica do Òrìsà é o pirão de inhame (isu) e molho feito de uma substância chamada Banha de Orí e caracol (Ìgbín) branco.
Coloca-se diariamente àgua de nascente em seu santuário, pintado com efun. A portadora da àgua deve necessáriamente ser uma moça virgem ou uma senhora que já não mantém mais relações sexuais. Ao trazer a àgua, a portadora vem tocando agogô, a fim de alertar a população da sua chegada. Durante o percurso ela não pode falar e ninguém deve lhe dirigir a palavra.
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
OSOGUIÃ
Filho de Oxalufon, é jovem,guerreiro e não perde uma oportunidade de lutar contra Omolú e xangô. É o único que tem autorização de enfeitar seus colares brancos com as pedras azuis, chamadas de seguy, e suas roupas brancas podem,ás vezes, levar uma franja vermelha. Está ligado ao culto de Yroko e dos espíritos, assim como a fertilidade e ao culto dos inhames. È pai de Oxossi Inlé, come com Ogun já, Oxossi Inlé, Ayrá, Exú, Oyá e Onira. Tem fundamento com Oyá. Vem pelos caminhos de Onira. Tem ligação com Exú. Seus filhos devem evitar brigas, confusões e mentiras, principalmente não devem enganar a Ogún ou a seus filhos, pois será castigado sem dó. Não devem comer ovo frito para não esquentar o Orixá, cachaça, sal e dendê. É um Orixá muito perigoso.
Oríkì à Osàlà
Obanla o rin n'eru ojikutu s'eru. Obà n'ille Ifon alabalase oba patapata n'ille iranje. O yo kelekele o ta mi l'ore. O gba a giri l'owo osika. O fi l'emi asoto l'owo. Oba igbo oluwaiye re e o ke bi owu la. O yi ala. Osun l'ala o fi koko ala rumo. Obà igbo.
Tradução
Rei das roupas brancas que nunca teme a aproximação da morte. Pai do Paraíso eterno dirigente das gerações. Gentilmente alivia o fardo de meus amigos. Dê-me o poder de manifestar a abundância. Revela o mistério da abundância. Pai do bosque sagrado, dono de todas as benções que aumentam minha sabedoria. Eu me faço como as Roupas Brancas. Protetor das roupas brancas eu o saúdo. Pai do Bosque Sagrado.
Oríkì à Osàlà
Kí Òrìsà-nlá Olú àtélesé, a gbénon dídùn là. Ní Ibodè Yìí, Kò Sí Òsán, Bèéni Kò Sí Òru. Kò Sí Òtútù, Bèéni Kò Sí Ooru. Ohun Àsírií Kan Kò Sí Ní Ibodè Yìí. Ohun Gbogbo Dúró Kedere Nínu Ìmólè Olóòrun. Àyànmó Kò Gbó Oògùn. Àkúnlèyàn Òun Ní Àdáyébá. Àdáyébá Ni Àdáyé Se.
Tradução
Que o Grande Òrìsà, Senhor da sola dos pés, guie-nos aos benefícios da riqueza! Aqui é a porta do Céu, nela pode-se entrar de dia e de noite. Nela não há frio, e também não há calor. Aqui, na porta do Céu, nada é segredo. E nela todas as coisas permanecerão claras diante da luz de Deus. Que o destino não nos faça usar remédios. Que as pessoas adorem de joelhos as coisas do Céu, para encontrar coisas boas na Terra. Que as coisas boas sejam sempre encontradas na Terra.
Oríkì fún Òòsààlà
Obanla o rin n'eru ojikutu s'eru. Obà n'ille Ifon alabalase oba patapata n'ille iranje. O yo kelekele o ta mi l'ore. O gba a giri l'owo osika. O fi l'emi asoto l'owo. Oba igbo oluwaiye re e o ke bi owu la. O yi ala. Osun l'ala o fi koko ala rumo. Obà igbo.
Kí Òrìsà-nlá Olú àtélesé, a gbénon dídùn là. Ní Ibodè Yìí, Kò Sí Òsán, Bèéni Kò Sí Òru. Kò Sí Òtútù, Bèéni Kò Sí Ooru. Ohun Àsírií Kan Kò Sí Ní Ibodè Yìí. Ohun Gbogbo Dúró Kedere Nínu Ìmólè Olóòrun. Àyànmó Kò Gbó Oògùn. Àkúnlèyàn Òun Ní Àdáyébá. Àdáyébá Ni Àdáyé Se.
Oríkì para Òòsààlà
Rei das roupas brancas que nunca teme a aproximação da morte. Pai do Paraíso eterno dirigente das gerações. Gentilmente alivia o fardo de meus amigos. Dê-me o poder de manifestar a abundância. Revela o mistério da abundância. Pai do bosque sagrado, dono de todas as benções que aumentam minha sabedoria. Eu me faço como as Roupas Brancas. Protetor das roupas brancas eu o saúdo. Pai do Bosque Sagrado.
Que o Grande Òrìsà, Senhor da sola dos pés, guie-nos aos benefícios da riqueza! Aqui é a porta do Céu, nela pode-se entrar de dia e de noite. Nela não há frio, e também não há calor. Aqui, na porta do Céu, nada é segredo. E nela todas as coisas permanecerão claras diante da luz de Deus. Que o destino não nos faça usar remédios. Que as pessoas adorem de joelhos as coisas do Céu, para encontrar coisas boas na Terra. Que as coisas boas sejam sempre encontradas na Terra.
Orin Oxalá
Èyin rí àwa
ìgbàgbó wa okòn
Èyin rí àwa , ìgbàgbó wa okòn
Ètùtù sé ipadé siré
Kò rú lé, kò rú lé,
Bàbá Ifá
E sìn sé ipàde siré
Kò rú lé, kò rú lé,
Bàbá Ifá
Vós vedes a nós e a crença em nossos corações.
Vós vedes a nós e a crença em nossos corações.
Façais com que haja concórdia em nossa reunião
de xirê ( dançar e brincar para orixás )
Que não causeis confusão na casa,
Pai Ifá.
Vos cultuaremos em nossas reunião de xirê,
não causeis confusão em nossa casa,
Pai Ifá.
Àjàlá mo rí mo rí mo yo
Álá forí kòn
E àgó fi rí mi
Ajalá fez o meu ori ( minha cabeça ),
me germinou e fez crescer,alá que segura
e mantém a minha cabeça.
Bée orí kò kíì Àjàlá
Bàbá òkè kí a mò rè
Kíì Àjàlá bée orí kò
Assim não há ori ( cabeça ) que não saúde Ajalá.
O Pai que está no topo, nós o conhecemos e saudamos.
Ajalá , não há ori que não o faça.
Ojó mò tyìn odó aláyé ojó
Ojó bí walé ojó
Ojó mò tyìn odó aláyé ojó
A bo wa Bàbá ó
Chefe do dia que entende o dia
e tem pilão.
O que nasce em nossa casa,
vamos cultuar o nosso pai.
ÒRISÁ AGANJU
Os mitos o descrevem como “O Gigante entre os Òrìsà. Seria filho de Oro Iná. Divindade, que em algumas regiões, é considerada como uma divindade masculina e em outras, como feminina, e que habita as câmaras de magmas, situadas no interior da crosta terrestre.
Os antigos o descrevem como “O Temível entre todos”.
Divindade de caráter forte, tempestuoso, colérico e belicoso.
As forças da natureza que lhe pertencem são representações de sua tremenda energia, como a potência dos rios que divide territórios, a lava vulcânica que percorre a crosta terrestre, os terremotos e o impulso que faz a Terra girar em torno de seu eixo.
Recebe o título de Òkèrè ao tornar-se esposo de Yemoja.
Aganjú representa os raios solares, Olókun as águas salgadas e Olósa as águas doces, celebram um pacto entre eles, em manter o equilíbrio da atmosfera do planeta, afim de que seja possível o ciclo vital de todos os seres.
Aganjú foi o quarto Aláàfin Óyó, embora existam mitos que o descreve, tendo reinado em Sakí, cidade vizinha de Ìséyìn, noroeste de Òyó.
O reinado de Aganjú foi longo e próspero. Tinha o dom de domar animais selvagens e serpentes venenosas.
Dentro de seu palácio, mantinha um Ekún – Leopardo, seu animal de estimação, sobretudo um símbolo de coragem, que costumava encostar seus pés, como se fosse uma esteira, daí recebendo o epíteto de Ekùn Olóju Iná – Leopardo dos olhos de fogo e Ekún f'eninjú tànná – Leopardo de olhos fulgurantes.
Aganyú é o símbolo de todas as forças terrestres, principalmente o núcleo da terra, o deserto e o vulcão. Ele representa uma força brutal e regeneradora, que é responsável por todas as turbulências cataclísmicas que muda a face da terra. A Lava vulcânica é vista como seu hálito de fogo e seu poder faz a terra girar sobre seu eixo.
Aganyú é retratado como o pai de Xangô, em alguns itans, ou um irmão de Xangô, em outros.
O seu domínio principal é o deserto. Fornece acesso a todas e inexploradas zonas inacessíveis: deserto de montanhas, florestas, Ártico, Antártico, grutas, cavernas, abismos, minas, etc
Grande parte do conhecimento relacionado com o orixá acabou perdido.
Em Cuba, Aganju adquiriu mais popularidade como um orixá no início do século XX. Como resultado do estado obscuro de seu culto, seus Omo são frequentemente iniciados através de Xangô ou Oxum.
Aganju é encontrado nas profundezas do oceano, nas profundezas do espaço, e no poder inexplorado da compreensão da mente humana.
Aganju é o guardião da passagem, através do qual, profundidades inexplicáveis da emoção humana são vivenciadas e expressadas. Estados dolorosos, estúpido, irracional, incapacitante, paralisante, são o reino do Aganju.
É através de Aganju que aprendemos a superar nossos medos. Através dele aprendemos a canalizar e redirecionar nossas emoções.
As riquezas minerais das minas terrestres e a mineração de todos os tipos, pertencem a Aganju (mas é através da tecnologia de Ogun que a humanidade pode acessá-lo e obtê-lo).
Aganju é a força que impulsiona os exploradores, inventores e cientistas.
Aganju é tanto celeste como terrestre. Os rios (acima e abaixo do solo, em cavernas), estão sob a custódia do Aganju.
“Aganju é o navegador cósmico, o homem do barco celeste, ou seja, a superação de obstáculos é creditado à personalidade de Aganju “.
Na mesma lenda em que diz que Sango não sabia que Aganju era seu pai, também menciona que Aganju não sabia que Sango era seu filho. Quando Sango descobriu quem era seu pai, foi até Aganju e disse: "Tu és meu pai." Aganju negou, mas Sango persistiu, irritando Aganju. Aganju atinge Sango e o atira em um incêndio. Quando Sango sai ileso e sem medo, Aganju percebe, sem mais nenhuma dúvida, que Sango é realmente seu filho, e o aceita, sem mais exitação.
ÒRISÁ ODUDUÁ OU ODUDUWA
Orixá Odudua ou Oduduwa orixá da linhagem dos Orixás funfun (Oxála, Obatalá, Ajalaori, etc…), conta-se na lenda que:
No princípio de tudo, no começo da existência, quando não havia separação entre Céu e Terra, dois Orixás viviam juntos dentro de uma cabaça, mas só que eles viviam extremamente apertados um contra o outro, Orixá Odudua embaixo e Orixá Obatalá em cima. Os dois tinham 7 anéis que pertenciam aos 2 Orixás. A noite eles pegavam os anéis e colocavam seus anéis. Só que na hora de ver com quem ia ficar a maior parte dos anéis (4 para um e 3 para o outro). Aquele que dormisse por cima Ficaria com quatro anéis e o que ficasse por baixo ficaria com os 3 anéis.
Chegando um belo o Orixá Odudua (Oduduwa), deusa da terra, queria dormir por cima para poder usar os quatro anéis que Obatalá sempre usava. Obatalá muito egoísta, o deus do Céu, não aceitou. Tal foi a luta que cemeçou entre os dois Orixas. A briga foi tamanha lá dentro que a cabaça acabou por ser romper e quebrar a cabaça em duas metades. A parte de baixo da cabaça, com Orixá Odudua (Oduduwa), permaneceu embaixo, enquanto a parte superior, com Obatala ficou em cima, separando-se assim o Céu da Terra.
No começo da existência, bem no começo de tudo, Obatalá, deus do Céu, e Odudua, Deusa da Terra, viviam juntos. O desentendimento e a briga pelos anéis os separou e separou o Céu da Terra. (Fonte da lenda retirada do Livro Mitologia dos Orixás) Reginaldo Prandi.
Leia também a Lenda do Orixá:
Orixá Obatalá (Pai dono do Céu)
Orixá Oxalá (Pai dono do Alá)
Orixá Ajalaori ou Ajalaode (pai modelador de todas as cabeças)
Orixá Oxaguian ou Oxoguiã (O comedor de Inhame, que não tinha cabeça)
A UNIÃO DE OBATALA E ODÙDÚÀ
Da união de Obatalá, o céu, com sua esposa Odùdúà, a terra, nasceram dois filhos: Aganju, a terra firme, e Iyemonjá, as águas. Da união com Aganju, Iemanjá deu à luz a Orungã, o ar, o espaço entre a terra e o céu. Mas Orungã cresce e se apaixona pela linda e sensual deusa das águas , E comete incesto contra Iyemonja unindo os dois, ele o ar e ela a água. Mas, aflita, Iemanjá um dia se desprende dos braços de Orungan e foge alucinada, desprezando a continuidade daquela pratica abusiva e proibida. Orungã então a persegue, mas, prestes a alcançá-la, Iemanjá cai. O corpo então cresce e, dos seus seios fartos, nascem dois rios que adiante se reúnem, constituindo uma lagoa. Do seu ventre fértil que se rompe, nascem: Dadá Ajacá, orixá dos vegetais; Xangô, deus do trovão; Ogum, deus do ferro e da guerra; Olokum, deus do mar; Olosá, deusa dos lagos; Oyá, deusa dos ventos e da tempestade; Oxum, deusa das águas doces do rio Oxum; Obá, deusa do rio Obá; Okô, orixá da agricultura; Okê, deus das montanhas; Oxóssi, deus das matas e dos caçadores; Ajê Xaluga, deusa da riqueza; Xapanã, orixá da varíola e da saúde; Orum, o sol; e Oxú, a lua.
Boa leitura.
ÒRISÁ BAIÂNI
Baiâni (do iorubá Báyànni, nome dado à sua coroa de búzios peculiar), Dadá ("de cabelos anelados", em iorubá) ou Ajacá (Ajaka, nome próprio) é um orixá, filho de Oraniã (Òrànmíyàn, em iorubá), meio-irmão mais velho de Xangô e de Xapanã (Ṣànpònná, em iorubá).
Segundo a tradição, Dadá Ajacá ("Ajacá dos cabelos encaracolados") foi alafin de Oyó antes de Xangô. Soberano calmo e pacífico, que amava a beleza e a arte, aceitava a vassalagem ao reino vizinho de Owu e deixou a política militar ao meio-irmão Xangô, que então reinava como obá (rei vassalo) em Kossô. Xangô fez grandes conquistas, derrotou o olowu (soberano de Owu), estendeu o domínio de Oyó sobre os iorubás e acabou por depor o irmão.
Dadá Ajacá exilou-se como obá de Igboho durante os sete anos de reinado de seu meio-irmão, passando a usar a característica coroa de cauris (búzios) que, ao contrário da usada pelo alafim (Ade Aláàfin), não chega a tapar os olhos, sinal de sua condição de soberano menor ou vassalo. Voltou a reinar em Oyó depois da queda de Xangô, mostrando-se então enérgico, valente e guerreiro. Voltou-se contra os parentes da família materna de Xangô e atacou os tapas, seus aliados, sem grande sucesso.
No Brasil é chamado de Baiâni ou Dadá Ajacá e cultuado no Terreiro de Gantois. Sua festa, no domingo anterior ao 1º Domingo do Advento (que é o domingo mais próximo de 30 de novembro), marca o fim do ano ritual do candomblé nagô, assim como, na mesma data, a festa de Cristo Rei marca o fim do calendário litúrgico católico e do ano eclesiástico.
No Gantois, Dadá Ajacá é representado por uma coroa de búzios chamada Adê de Baiâni, enfeitada de búzios com diversas tiras pendentes. É cultuado com um ritmo forte e cadenciado chamado batá.
Alguns outros terreiros o consideram uma "qualidade" de Xangô, chamada Xangô Bane ou Xangô Bâni. Outros consideram Baiâni como uma personagem completamente diferente de Dadá Ajacá, uma mulher que é mãe ou irmã mais velha de Xangô e foi regente de Oyó depois de Dadá Ajacá.
Referências Editar
Pierre Fatumbi Verger, Lendas Africanas dos Orixás, São Paulo: Corrupio, 1997.
"LENDA DO NOBRE ÒRISÁ OSOGUIÃ"AJAGUNÃ"
Ajagunã nasceu de Obatalá. Só de Obatalá. Nasceu num igbim, num caramujo. Logo que nasceu, Ajagunã se revoltou. Ajagunã não tinha ori, não tinha cabeça e andava pela vida sem destino certo.Um dia, quase louco, encontrou Ori na estrada e Ori fez para Ajagunã uma cabeça branca. Era de inhame pilado sua cabeça. Mas a cabeça de inhame esquentava muito e Ajagunã sofria torturantes dores de cabeça.De outra feita, lá ia pela estrada Ajagunã padecendo de seus males, quando se encontrou com Iku, a Morte. Iku se pôs a dançar para Ajagunã e se ofereceu para dar a ele outro ori.Oxaguiã, com medo, recusou prontamente, mas era tão insuportável o calor que ele sentia que não pôde recusar por muito tempo a oferta. Iku prometeu-lhe um ori negro. Iku ofereceu-lhe um ori frio. Ele aceitou.A sorte de Ajagunã contudo não mudou. Era fria e dolorida essa cabeça negra. Mas pior era o terror que não o abandonava de sentir-se perseguido por mil sombras. Eram as sombras da morte em sua cabeça fria.Então surgiu Ogum e deu sua espada a Ajagunã. E com a espada ele afugentou a Morte e as suas sombras. Ogum fez o que pôde para socorrer o amigo, com a faca retirando o ori frio grudado no ori quente. Na operação de Ogum as duas cabeças se fundiram e o ori de Oxaguiã ficou azulado, um novo ori nem muito quente, nem muito frio.Uma cabeça quente não funciona bem. Uma cabeça fria também não. Foi o que se aprendeu com a aventura de Ajagunã. Finalmente, a vida de Ajagunã se normalizou. Com a ajuda de Ogum, mais uma vez, o orixá aprendeu todas as artes bélicas e assim venceu na vida muitas batalhas e guerras.Hoje o seu nome, como o nome de Ogum, é relembrado entre os dos mais destemidos generais. E foi assim que Oxaguiã foi chamado Ajagunã, título do mais valente entre todos os guerreiros.
Lenda 279 do Livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi
Na foto, Oxaguian Ajagunã em sua dança tradicional e mítica, em uma de suas festividades anuais no Ilê Babá Omin.
ÒRISÁ JAGUN
Ajágun é uma palavra Yorubá, e possui o significado de Guerreiro, Soldado.
Jagun é um Òrìşà ambicioso, luta para conquistar posição alta sem ver de que maneira… Apesar de ser Òrìşà Funfun (branco), é considerado e cultuado como Santo de Guerra, “santo quente”, carrega uma lança prateada (Ọ̀kọ̀) na mão e um facão ou adaga na outra, e muitas das vezes dependendo do caminho de Jagun ele usa até um ofá nas mãos, pois conta se um itan que Òşàlà o nomeia como o guerreiro de todas as armas veste-se somente de branco.
Jágun é Òrìşà jovem, quase chega ser um menino adolescente de Ọbàtálá. Ligado a Ọbàtálá (Rei do pano branco), tem caminhos com Ògún Já, Oşoguian – Ajagunãn, e Ayrá. Têm caminhos também com Yèmọnja e quase todas as Yabás, pois elas acalmam sua fúria.
Quem traz Jágun ao barracão é Oşoguian. Ele é considerado o “protetor” e “guardião” de Oşàlúfọ́n. Por ser considerado Òrìşà Funfun (branco) não leva azeite de dendê, e sim azeite doce, banha de ori, adin e as vezes mel e de preferência a banha de Ori, suas comidas são todas brancas, aceita pipocas feitas na areia, bolas de inhame cozido, bolas de arroz, acaçá, obí funfun (claro), come também do Ebô (canjica) de Òşàlà, assim como seus bichos também devem ser todos brancos, por ser ligado ao rei do pano branco (Ọbàtálá). Jágun dança com outros Orixás, acompanha na dança; Ògún e principalmente Oşoguian e Oşàlúfọ́n. A dança de Jágun é extremamente guerreira, começa com movimentos lentos, dança empunhando sua lança e adaga, seu momento de “êxtase” é quando salta e se sacode todo empunhando a lança de um lado para outro, tamanha é sua fúria guerreira nessa hora. Segundo as lendas, a lança prateada de Jágun, durante as batalhas e guerras, além de ser usada para proteção contra os males e feitiçarias e abrir os caminhos, deixava seus inimigos cegos após serem feridos por ela. Jagun, assim como Ògún, é um grande caçador, e por sinal foi ele quem ensinou seu irmão Ọ̀ṣọ́ọ̀si a caçar. Ele não deixa também de ser um guerreiro, assim é Jagun, um grande guerreiro, mas também um grande caçador. E algumas de suas cantigas relatam isso.
Conta o itan de Ogi-Ogbé/Okaran que existiam três irmãos: Já, Jágun e Ajagunãn. Eram três Guerreiros que pertenciam aos exércitos de Ọbàtálá, lutavam e venciam todas as guerras e batalhas em nome de Òşàlà e eram os Guardiões deste Òrìşà. Eram chamados de Guerreiros Brancos, por se vestirem somente com trajes brancos em homenagem a Ọbàtálá. Eram considerados invencíveis por sua bravura e coragem, nunca perderam uma batalha sequer. Sempre muito unidos, nunca se separavam. Mas um belo dia, os três irmãos guerreiros, foram guerrear contra a cidade de Ọ̀şun. Ọ̀şun com a grande sabedoria dos poderes de Ya mi, foi avisada que seu reino seria atacado. Ọ̀şun ficou desesperada e foi até Ifá para saber o que faria. Orumila mandou fazer um ebó, sacrificar oito Igbis a Òşàlà e com o casco fizesse um pó e soprasse nas terras de Oṣogbo. Assim Ọ̀şun fez, quando os guerreiros chegaram para invadirem as terras, eles ficaram tontos e se perderam um do outro. Aí que Jagun foi para as terras de Omolú, Já para as terras de Ifé Ògún, e Ajagunã para as terras de Oşoguian. Mas mesmo assim, os três irmãos sempre estão juntos, respondem um pelo outro, eles continuam a serem Guerreiros Brancos, ou seja, são considerados Orixás Funfun, e sempre ligados a Ọbàtálá, seus caminhos se cruzam… os três irmãos Guerreiros continuam nas batalhas, sempre guerreando pela Paz. Deram essa característica guerreira aos seus filhos. É por isso que o culto a Jagun foi assimilado ao de Omolú, sendo que depois disso conta o Itan que ele viveu alguns anos nas terras de Omolú e que lá encontrou uma linda mulher que também não era das terras, mas estava lá por outros motivos, e se apaixonou por ela, tiveram filhos e se amam até hoje, e essa linda mulher era Iyewa. Lá, ele se juntou com o Òrìşà Osayn e passou a ser um grande curandeiro, e em tempos de guerra ele cuidava dos guerreiros feridos com as porções e ervas mágicas que Osayn o ensinou. Jagun teve uma trajetória muito grande e bonita nas terras de Omolú, mas depois de anos retornou as terras do Ekiti-Efon, onde Ọ̀şun era rainha e Osagyan grande guerreiro e protetor do palácio e cidade de Ọ̀şun. Conta-se também que Jagun foi às terras de Oṣogbo, para destruir a cidade e buscar Ọ̀şun, pois Ọ̀şun tinha sua cidade onde era rainha Ekiti Efon, então por ordem de Olooke ele foi buscá-la. Depois de isso tudo ter acontecido, Jagun viveu anos nas terras de Omolu, Oşoguian trouxe Ọ̀şun de volta para Ekiti-Efon, por isso muitos acabaram se equivocando ao falar que foi Oşoguian quem deu as terras de Ekiti para Ọ̀şun, mas não foi isso que aconteceu, ele apenas trouxe Ọ̀şun de volta a terra onde ela nasceu e era dona junto com Olooke seu pai. Òrìşà Olooke vendo o prejuízo que Jagun teve e o tempo que ficou em outras terras, por causa de seu pedido de buscar Ọ̀şun, intitulou Jagun Olu (Guerreiro senhor), para retribuir o tempo que Jagun ficou afastado de sua terra que tanto amava (Ekiti). Òrìşà Jagun foi muito confundido com o culto à Omolu e Obaluaye, e foi por esse motivo que muitos de seus fundamentos se perderam, mas graças a Olorum, está sendo resgatado todos os preceitos e orôs. Jagun possui caminhos próprios, como Jagun Odé, Arawe, Agaba e outros….Jagun é um lindo Òrìşà de grande valor e na verdade seu culto é separado de Obaluaye….
Características
Fio de Contas Usa contas brancas rajadas de preto e dependendo da qualidade, intercalada com contas brancas, gosta também de contas feitas de búzios e marfim.
Instrumento Ọ̀kọ̀ - Lança, Gbada - facão
Odu Ejionilê
Qualidades
Jagun Elewé - Ligado a família Unjí, esse caminho é o caminho que Jagun passou nas terras de Sapata e encontrou Orisá Ọ̀sónyìn e aprendeu a magia da cura e das folhas.Caminha com Ọ̀sónyìn.Sua ferramenta é um opere Ọ̀sónyìn prateado mas sem as folhas Faz Oro com Ọ̀sónyìn e ligado a Erinlé e Ògún Já.Nesse caminho ele é muito guerreiro e ligado a cura e os mistérios de magia de Ìyámi Oṣoronga.
Jagun Alagba ou Jagun Abagba - Esse caminho de Jagun é muito melindroso,pois ele tem muita ligação com Ìyámi e Baba Egun.Pessoas desse caminho pelo menos tem que se tomar Bori ou Obi com Ejé dois vezes no ano.È um caminho muito quente,tem ligação com Iyewa pois ele foi sua esposa e é bom arruma todas as Iyabás para acalmá-lo,alias todos os caminho é bom serca com muito Orisá Omi e Òşàlà.Esse caminho é Ligado a Ajagunã e Já.Ele leva uma mão de pilão nas costas e mora no quarto de Orinssala ou em um quarto com Ajagunã/Betiode ou Betioco dependendo do Odu da pessoa e Já.Para mexer com esse Orisa independente de caminho tem que tratar bem de Ìyámi, Egun e Esú. Esse caminho de Jagun usa três ikeles um de Buzios,um de conta e outro de Branco de Osala.
Jagun Odé Ou Jagun Olodé - Ligado aos Odés.Inclusive mora no quarto dos Odés.Ligado a Ògún e Ọ̀ṣọ́ọ̀si.Ele usa um Ofá prateado.Faz Orô com Ọ̀ṣọ́ọ̀si e Ògún Já. Mas se arruma: Ọ̀ṣọ́ọ̀si,Otin e Logun Edé, Erinlé,Iya Otin ,Ajagunan Betiodé e Ògún..Ou seja ele é ligado a todos os Odés e mais ele sai também no abado de Ọ̀ṣọ́ọ̀si e nos mariows de Ògún.
Jagun Igbona - Ligaçao com Ayrá,nessa fase Jagun era lento como um igbí,que por isso Ayrá esquentou o casco do igbí para esquentalo E por isso nessa fase de Jagun é muito quente por se ligado aos Orisás do fogo.Ayrá e Oyá.
Jagun Agbá funfun - Ligado a Oşàlúfọ́n, Yèmọnja e Oşoguian. Esse caminho tem que fazer bastante oro a Ayrá pois ele é guerreiro mais é bem lento ....
Jagun Ajojí ou Jagun Seji Lonan - Ligado a Ògún, muito sanguinário. Ele é muito quente e guerreiro,nessa fazer Jagun usa mario ou abre caminho mara acalmá-lo.Faz orô com Ògún,esse caminho leva um ikele e umbigueira de ferro.Ligado a Esú Ona também..
Jagun Aisan - Esse caminho de Jagun é totalmente Fêmea ou seja Iyabá,esse caminho ele se cobre de palha ou mario.quase não se faz mais.Assim conta -se o itan que ele nesse caminho seria fêmea.E por mais um motivo que muitas pessoas confundirão Jagun c/ Obalúwaìye por esse caminho usar palha.Esse caminho só se arruma não se faz em Ori.
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
ONILÉ. O NOSSO PLANETA
Planeta Terra visto da Lua.
(Tambem chamado de BURUKU, SAPATA, INTOTO, OBALUAYE, AJAGUN, AJUNSUN, AZAUANE…)
Onilé era a filha mais recatada e discreta de Olodumare.
Vivia trancada em casa do pai e quase ninguém a via. Quase nem se sabia de sua existência. Quando os orixás seus irmãos se reuniam no palácio do grande pai para as grandes audiências em que Olodumare comunicava suas decisões, Onilé fazia um buraco no chão e se escondia, pois sabia que as reuniões sempre terminavam em festa, com muita música e dança ao ritmo dos atabaques.
Onilé não se sentia bem no meio dos outros.
Um dia o grande deus mandou os seus arautos avisarem: haveria uma grande reunião no palácio e os orixás deviam comparecer ricamente vestidos, pois ele iria distribuir entre os filhos as riquezas do mundo e depois haveria muita comida, música e dança.
Por todo os lugares os mensageiros gritaram esta ordem e todos se prepararam com esmero para o grande acontecimento.
Quando chegou por fim o grande dia, cada orixá dirigiu-se ao palácio na maior ostentação, cada um mais belamente vestido que o outro, pois este era o desejo de Olodumare.
Iemanjá chegou vestida com a espuma do mar, os braços ornados de pulseiras de algas marinhas, a cabeça cingida por um diadema de corais e pérolas, o pescoço emoldurado por uma cascata de madrepérola.
Oxóssi escolheu uma túnica de ramos macios, enfeitada de peles e plumas dos mais exóticos animais.
Ossaim vestiu-se com um manto de folhas perfumadas.
Ogum preferiu uma couraça de aço brilhante, enfeitada com tenras folhas de palmeira.
Oxum escolheu cobrir-se de ouro, trazendo nos cabelos as águas verdes dos rios.
As roupas de Oxumarê mostravam todas as cores, trazendo nas mãos os pingos frescos da chuva.
Iansã escolheu para vestir-se um sibilante vento e adornou os cabelos com raios que colheu da tempestade.
Xangô não fez por menos e cobriu-se com o trovão.
Oxalá trazia o corpo envolto em fibras alvíssimas de algodão e a testa ostentando uma nobre pena vermelha de papagaio.
E assim por diante.
Não houve quem não usasse toda a criatividade para apresentar-se ao grande pai com a roupa mais bonita. Nunca se vira antes tanta ostentação, tanta beleza, tanto luxo.
Cada orixá que chegava ao palácio de Olodumare provocava um clamor de admiração, que se ouvia por todas as terras existentes.
Os orixás encantaram o mundo com suas vestes.
Menos Onilé.
Onilé não se preocupou em vestir-se bem.
Onilé não se interessou por nada.
Onilé não se mostrou para ninguém.
Onilé recolheu-se a uma funda cova que cavou no chão.
Quando todos os orixás haviam chegado, Olodumare mandou que fossem acomodados confortavelmente, sentados em esteiras dispostas ao redor do trono.
Ele disse então à assembléia que todos eram bem-vindos. Que todos os filhos haviam cumprido seu desejo e que estavam tão bonitos que ele não saberia escolher entre eles qual seria o mais vistoso e belo. Tinha todas as riquezas do mundo para dar a eles, mas nem sabia como começar a distribuição.
Então disse Olodumare que os próprios filhos, ao escolherem o que achavam o melhor da natureza, para com aquela riqueza se apresentar perante o pai, eles mesmos já tinham feito a divisão do mundo.
Então Iemanjá ficava com o mar,
Oxum com o ouro e os rios.
A Oxóssi deu as matas e todos os seus bichos, reservando as folhas para Ossaim.
Deu a Iansã o raio e a Xangô o trovão.
Fez Oxalá dono de tudo que é branco e puro, de tudo que é o princípio, deu-lhe a criação.
Destinou a Oxumarê o arco-íris e a chuva.
A Ogum deu o ferro e tudo o que se faz com ele, inclusive a guerra.
E assim por diante.
Deu a cada orixá um pedaço do mundo, uma parte da natureza, um governo particular.
Dividiu de acordo com o gosto de cada um.
E disse que a partir de então cada um seria o dono e governador daquela parte da natureza. Assim, sempre que um humano tivesse alguma necessidade relacionada com uma daquelas partes da natureza, deveria pagar uma prenda ao orixá que a possuísse.
Pagaria em oferendas de comida, bebida ou outra coisa que fosse da predileção do orixá.
E disse que a partir de então cada um seria o dono e governador daquela parte da natureza. Assim, sempre que um humano tivesse alguma necessidade relacionada com uma daquelas partes da natureza, deveria pagar uma prenda ao orixá que a possuísse.
Pagaria em oferendas de comida, bebida ou outra coisa que fosse da predileção do orixá.
Os orixás, que tudo ouviram em silêncio, começaram a gritar e a dançar de alegria,
fazendo um grande alarido na corte.
Olodumare pediu silêncio, ainda não havia terminado.
Disse que faltava ainda a mais importante das atribuições.
Que era preciso dar a um dos filhos o governo da Terra, o mundo no qual os humanos viviam e onde produziam as comidas, bebidas e tudo o mais que deveriam ofertar aos orixás. Disse que dava a Terra a quem se vestia da própria Terra.
Quem seria? perguntavam-se todos?
"Onilé", respondeu Olodumare.
"Onilé?" todos se espantaram.
Como, se ela nem sequer viera à grande reunião?
Nenhum dos presentes a vira até então. Nenhum sequer notara sua ausência.
"Pois Onilé está entre nós", disse Olodumare e mandou que todos olhassem no fundo da cova, onde se abrigava, vestida de terra, a discreta e recatada filha.
Ali estava Onilé, em sua roupa de terra Onilé, a que também foi chamada de Ilê, a casa, o planeta.
Olodumare disse que cada um que habitava a Terra pagasse tributo a Onilé, pois ela era a mãe de todos, o abrigo, a casa.
A humanidade não sobreviveria sem Onilé. Afinal, onde ficava cada uma das riquezas
que Olodumare partilhara com filhos orixás?
"Tudo está na Terra", disse Olodumare.
"O mar e os rios, o ferro e o ouro, os animais e as plantas, tudo", continuou.
"Até mesmo o ar e o vento, a chuva e o arco-íris, tudo existe porque a Terra existe,
assim como as coisas criadas para controlar os homens e os outros seres vivos que habitam o planeta, como a vida, a saúde, a doença e mesmo a morte".
Pois então, que cada um pagasse tributo a Onilé, foi a sentença final de Olodumare.
Pois então, que cada um pagasse tributo a Onilé, foi a sentença final de Olodumare.
Onilé, orixá da Terra, receberia mais presentes que os outros, pois deveria ter oferendas dos vivos e dos mortos, pois na Terra também repousam os corpos dos que já não vivem.
Onilé, também chamada Aiê, a Terra, deveria ser propiciada sempre, para que o mundo dos humanos nunca fosse destruído.
Todos os presentes aplaudiram as palavras de Olodumare.
Todos os orixás aclamaram Onilé.
Todos os humanos propiciaram a mãe Terra.
E então Olodumare retirou-se do mundo para sempre e deixou o governo de tudo por conta de seus filhos orixás.
sábado, 29 de outubro de 2011
Ilé Axé Oxumarê Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. 'Religiões afro-brasileiras'
Casa de Oxumarê
Ilê Oxumarê Araká Axé Ogodô
Candomblé
Princípios Básicos
Deus
Ketu | Olorum | Orixás
Jeje | Mawu | Vodun
Bantu | Nzambi | Nkisi
Templos afro-brasileiros
Babaçuê | Batuque | Cabula
Candomblé | Culto de Ifá
Culto aos Egungun | Quimbanda
Macumba | Omoloko
Tambor-de-Mina | Terecô | Umbanda
Xambá | Xangô do Nordeste
Sincretismo | Confraria
Literatura afro-brasileira
Terminologia
Sacerdotes
Hierarquia
Religiões semelhantes
Religiões Africanas Santeria Palo Arará Lukumí Regla de Ocha Abakuá Obeah
Ilé Axé Oxumarê - Casa de Oxumarê, Sociedade Cultural, Religiosa e Beneficente São Salvador, localizada na Avenida Vasco da Gama, 343, bairro da Federação, antiga Mata Escura, Salvador, Bahia. Foi fundada inicialmente no Calundú do Obitedó, Cachoeira, Recôncavo baiano.
Tombado pelo IPAC - Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia em 15/12/2004.[1]
Índice [esconder]
1 História
2 Localização
3 Babalorixás e Iyalorixás
4 Referências
[editar]História
Casa de Oxumarê, Associação Cultural e Religiosa São Salvador - Ilê Oxumarê Araká Axé Ogodô, fundada por Manoel Joaquim Ricardo, Babá Talabi, entre o final do século 18 e inicio do séc.19, tem suas origens ligadas no culto à Ajunsun, praticado no Calundu do Obitedó, em Cachoeira - Ba. É considerada uma das casas mais antigas de candomblé abertas em Salvador. Localizada, atualmente, no bairro da Federação, com acesso também pela Av. Vasco da Gama, a Casa de Oxumarê foi reconhecida como patrimônio histórico pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia – IPAC, em 15 de dezembro de 2004.
[editar]Localização
A Casa de Oxumarê já teve o seu axé fincando em diversos locais. Inicialmente, entre os séculos XVIII e XIX, Manoel José Ricardo, Babá Talabi realiza o culto a Ajunsun, no Calundu do Obitedó, na cidade de Cachoeira, Bahia. Este é o marco de fundação da Casa de Oxumarê. Em 1830, registros documentais comprovam que a Casa de Oxumarê já realizava as suas atividades religiosas no bairro da Cruz do Cosme (atual bairro do Pau Miúdo), em Salvador. Para fugir das constantes perseguições, Antônio de Oxumarê transfere o Axé da Casa para o, então distante, bairro da Mata Escura, atual bairro da Federação.
As mudanças de locais de funcionamento da Casa de Oxumarê são fruto da sua resistência e a busca de assegurar a integridade dos seus filhos e filhas de santo. Contabilizando o seu nascimento no Calundu do Obitedó, a passagem pela Cruz do Cosme, e sua permanência na Mata Escura, atual bairro da Federação, a Casa de Oxumarê tem mais de 200 anos de existência.
[editar]Babalorixás e Iyalorixás
1 - Manoel Joaquim Ricardo - Babá Talábi de Ajunsun - Africano da Costa, funda o Ilê Oxumarê ainda em Cachoeira, no final do século XVIII. Morre em 20 de junho de 1865;
2 - Antônio Maria Belchior - Babá Salakó de Sangò - Conhecido como Antônio das Cobras - Nasce em 1839, é iniciado aos 6 anos, em 1845. Em 1863 assume a casa de Oxumarê, aos 24 anos. Falece, aos 65 anos, em 14 de janeiro de 1904, depois de administrar a Casa por 41 anos;
3 - Antônio Manuel Bonfim - Babá Antônio de Oxumarê - Conhecido como Cobra Encantada, em alguns momentos também denominado de Antônio das Cobras - Nasce em 1879, aos 7 anos, em 1886 é iniciado por Babá Talabi. Em 1904, aos 25 anos, assume a casa. Aos 45 anos, em 16 de junho de 1926, falece. Administra a casa por 22 anos;
4 - Maria das Merces dos Santos - Yá cotinha de Yewá - Nasce em 1886, aos 19 anos, em 1905 é iniciada. Aos 41 anos, em 1927 assume a casa e administra por 21 anos. Falece em 22 de junho de 1948, aos 68 anos;
Mãe Francelina de Ogun
5 - Simplícia Brasiliana da Encarnação - Yá Simplicia de Ogum - Nasce em 2 de março de 1916, é iniciada aos 21 anos, em março de 1937. EM 1953, aos 37 anos, assume a Casa. Falece ao 51 anos, em 18 de outubro 1967. Dirigiu a Casa por 14 Anos;
No período de 1967-1974 a casa ficou sem atividades.
6 - Nilzete Austricliano da Encarnação - Yá Nilzete de Yemanjá - Nasce em 28 de fevereiro de 1937. Aos 28 anos, em 14 de dezembro de 1965 é iniciada. Aos 37 anos, em 1974, assume a liderança da Casa. Falece aos 53 anos, em 30 de março 1990, após 16 anos de gestão;
7 - Sivanilton Encarnação da Mata - Babá Pecê de Oxumarê - Nasce, em 30 de agosto de 1964 e é iniciado com menos de 2 anos, em 14 de dezembro de 1965. Em 1991, assume a casa com 27 anos. Mais de 20 depois, ainda é a maior liderança da Casa.
Escadarias da Casa de Oxumarê.
Acesso da Casa pelo bairro da Federação
Referências
↑ Tombamento do Casa de Oxumarê
Professor Reginaldo Prandi arq doc
Casa de Oxumarê
Site da Casa de Oxumarê
Matéria sobre gravações feitas por Pierre Verger no Ilê Axé Oxumarê
..SOU DA CASA DO OSUMARÊ.........SOU DA CASA DO ADARRUM!!!!
O Terreiro do Ile Ase Osumare foi fundado pelos Babalorisas Salaco de Sango e Talabi de Omolu, africanos. No momento da fundação, entregaram a casa aos cuidados do Babalorisa Antônio de Osumare. Os restos mortais de Tio Salaco e Tio Talabi, como eram chamados, encontram-se atrás da Igreja dos Pretos na cidade de Cachoeira de São Felix, interior da Bahia. ANTÔNIO DE OSUMARE - Fundador do Ile Ase Osumare que fora fundado entre 1870 e 1880. Filho de escravos africanos, sendo caracterizado na época como "crioulo", ou seja, filho de escravos africanos, nascidos no Brasil. Foi criado por Tio Salacó, filho de Sango e Tio Talabi, filho de Omolu. Antônio das cobras ou Cobra Encantada, como era conhecido pelo grande poder como feiticeiro. Iniciado para Osumare com o auxílio de velhas Iyalorisas africanas, cultivou o culto aos Orisas na antiga sede que ficava no bairro de Barris, onde as pessoas buscavam água em barris, na época e posteriormente a transferiu para sua atual localidade, que antes era conhecido como Mata Escura ou Linha 15 (trem) e hoje Rua Vasco da Gama, 343, bairro da Federação, Salvador - Bahia. A transferência de sede deve-se ao fato de que o bairro de Barris começa a ter uma grande concentração da nobreza e de muçulmanos, impossibilitando assim a continuidade do Ase. Não há referências sobre seu falecimento. Tirando Iya Cotinha de Yewa, não há ainda um registro de pessoas iniciadas por Baba Antônio de Osumare. Web site: www.casadeoxumare.com.br Autor: pessoas iniciadas por Baba Antônio de Osumare. Share/BookmarkO Terreiro do Ile Ase Osumare foi fundado pelos Babalorisas Salaco de Sango e Talabi de Omolu, africanos. No momento da fundação, entregaram a casa aos cuidados do Babalorisa Antônio de Osumare. Os restos mortais de Tio Salaco e Tio Talabi, como eram chamados, encontram-se atrás da Igreja dos Pretos na cidade de Cachoeira de São Felix, interior da Bahia. ANTÔNIO DE OSUMARE - Fundador do Ile Ase Osumare que fora fundado entre 1870 e 1880. Filho de escravos africanos, sendo caracterizado na época como "crioulo", ou seja, filho de escravos africanos, nascidos no Brasil. Foi criado por Tio Salacó, filho de Sango e Tio Talabi, filho de Omolu. Antônio das cobras ou Cobra Encantada, como era conhecido pelo grande poder como feiticeiro. Iniciado para Osumare com o auxílio de velhas Iyalorisas africanas, cultivou o culto aos Orisas na antiga sede que ficava no bairro de Barris, onde as pessoas buscavam água em barris, na época e posteriormente a transferiu para sua atual localidade, que antes era conhecido como Mata Escura ou Linha 15 (trem) e hoje Rua Vasco da Gama, 343, bairro da Federação, Salvador - Bahia. A transferência de sede deve-se ao fato de que o bairro de Barris começa a ter uma grande concentração da nobreza e de muçulmanos, impossibilitando assim a continuidade do Ase. Não há referências sobre seu falecimento. Tirando Iya Cotinha de Yewa, não há ainda um registro de pessoas iniciadas por Baba Antônio de Osumare. Web site: www.casadeoxumare.com.br Antônio de OsumarAutor: pessoas iniciadas por Baba e. Share/Bookmark
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
ONYRÁ A SENHORA DE IRA
OnYra - A Senhora de Ira
Conta-se que Onyra era uma ninfeta que sonhava com a vaidade de Òsún. Todos os dias, ela ia ver Òsún se banhar no rio, apreciava como ela cuidava dos cabelos, peles e etc. Havia uma pedra no meio deste rio que até uma determinada hora, quando as águas ainda estavam baixas, ela se apresentava como uma ilha e era onde Onira ficava até que as águas começassem a subir. Num belo dia, Onira adormeceu e as águas subiram o seu nível rapidamente e a encobriu antes que ela pudesse acordar. Neste mesmo momento Onira estava sonhando que era uma Òsún. Conta esta itan (lenda), que o Criador se penalisando de tão lindo sonho não permitiu que Ikù a pegasse e a encantou naquele exato momento, o que lhe permitiu de continuar vivendo este sonho na sua vida real.
Conta-se um outro itàn, que existia nas terras de Irá, uma linda moça chamada Onira, ela sempre comandava seu povo com sabedoria. Mas, ela tinha um grande problema: adorava lutar e se sentia bem em matar seus inimigos. Onira era descontrolada quando tinha em punho sua adaga de guerra. Certo dia enlouqueceu de vez, chegou a um vilarejo e matou todos q alí encontrou. Os sábios da cidade de Irá resolveram procurar Osáàlá para que Ele na condição de Rei, mandasse que Onira parasse de matar.
Onira recebeu o recado q Osáàlá queria vê-la e foi até Ilê Ifé (palácio de Osáàlá). Chegando lá, Osáálá assustou-se, pois as roupas de Onira eram vermelhas, de tanto sangue de suas vítimas. Ela ajoelhou-se e perguntou o que o grande Rei queria. Osáàlá mandou que trouxessem uma grande quantidade de Efun (seu pó branco sagrado). Pegou seu pó e jogou sobre Onira. Na mesma hora suas vestes de cor vermelha, tornaram-se rosa, por causa da mistura do pó branco com o sangue. Então, Osáàlá ordenou que Onira não mataria mais ninguém, e que ela jamais vestiria vermelho em publico, e que rosa seria sua cor, e como ela era uma moça tão quente, que fosse morar nas águas junto com Òsún.
E lhe disse:
Onira minha filha, és uma moça tão bela, tão doce, por que matas?
Sinto-me bem quando tiro a vida de alguém, mas sei q isso não é certo.
Foi então q Osáàlá teve uma idéia.
Já que você gosta lidar com a vida e com a morte, você terá junto com Oyá o domínio sobre os Eguns. Não tirarás mais a vida de ninguém, apenas irá conduzir os que já se foram.
Está certo Osáàlá, seu desejo será realizado mas não tire de mim minha adaga.
Osáàlá disse: Pode deixar, mais agora vá morar na cachoeira com Òsún.
Onira obedeceu a Osáàlá, foi morar na cachoeira. Chegando lá Òsún ria e debochava dela, mais resolveu ser sua amiga. Porém, Onira muito mal humorada, não queria papo. Até que um dia Onira adormeceu sobre uma pedra, olhando Òsún banhar-se e as águas da cachoeira subiram e Onira estava morrendo afogada, Òsún vendo o que estava acontecendo, mergulhou e foi salva-la, chegando lá Onira estava quase morta e Òsún resolveu fazer um feitiço e na mesma hora Onira reviveu e transformou-se em uma espécie de lava que correu rio a fora. Onira transformou-se em um rio de fogo. Òsún pensou que Onira havia morrido, chorou por horas, sem saber o que diria a Osáàlá, já q ele a incubiu de tomar conta da moça atrevida. Foi então que surgiu uma borboleta linda, de cor salmão com tons alaranjados, que voava ao redor de Òsún. Ela tentou pegar a borboleta que voou para dentro da floresta, Òsún seguiu a borboleta que parou em frente a uma árvore e tomou a forma da linda Onira. Òsún não acreditava no que via, e Onira lhe disse:
Por que choravas minha amiga, estou aqui viva, e graças a você!
Graças a mim porquê Onira? Eu não fiz nada.
Na hora que eu estava morrendo você fez um feitiço e dividiu comigo todo seu encanto, agora sou uma ninfa (mulher encantada), assim como você, tenho poderes de transformação. Posso ser um rio de fogo nos meus momentos de ira, posso ser um búfalo quando eu quiser ficar sozinha, e me transformar na mais bela borboleta quando estiver feliz. E Onira foi até Osáàlá lhe contar o q havia acontecido, ele ficou feliz mais sabia que toda esta mudança jamais acalmaria Onira, e que por dentro ela ainda seria aquela guerreira incansável. Mandou então que ela fosse morar com Oyá e aprender a dominar os Eguns. Depois, Onira mudou-se e foi viver com Osóòsi e como ela foi criada por caçadores, sabia caçar como ninguém. E Onira morou com quase todos os Òrìsás, aprendendo tudo que eles sabiam fazer.
Onira = a Senhora de Irá (terra de Oyá)
Ela é impulsiva e suas filhas carregam suas características, são capazes em momentos de comoção doar, na hora e sem pensar, tudo o que tem, mas se a pessoa fizer uso indevido daquilo que ela doou, ela vai pra cima, sem mais delongas, se ela for traída então piorou, são capazes de tudo na hora de raiva; mas acabando esses momentos de impulsividade momentânea são pessoas maravilhosas, prestativas. Possuem um pouco de difículdade em guardar segredos, mas, em determinadas ocasiões, sabem manter a regra.
Não vesti roupas de cores quentes, tendendo sempre ao rosa, amarelo, azul claro ou salmão para quebrar o branco total, mas geralmente rosa, devido ao seu cárater explosivo e também ter um enredo muito grande com Òsáàlá, porque foi esse caminho de Oyá que deu a Osògiyan, o poder sobre o atòri. Quando essa Oyá se manifesta é de costume colocarem ou preso em suas costas ou em sua saia um atòri, e é presença a ilustre nas festas dedicadas a Òsáàlá.
Onira reina no mundo dos mortos e tem ligação direta com Obaluwaiyè e Ògún, sendo que sua ligação maior é com Òsún Opará, que recebeu dessa qualidade de Oyá os ensinamentos para lutar e ser guerreira.
Òsún Opará ser tornou então, companheira inseparável de Onira, comendo juntas no bambuzal ou nos rios e tendo aprendido os fundamentos dos Eguns. Sendo assim, essa qualidade de Òsún, também tem relação direta com os Eguns. Quando “Onira” e “Opará” se juntam, se tornam muito perigosas pois têm em dobro a força e a sabedoria dos guerreiros.
Òsún Opará é um caminho de Òsún jovem e guerreira, companheira de Ògún e Sangò, estando ligada diretamente com os caminhos de Osògiyan, o jovem guerreiro.
Onira está Ligada a Osògiyan, Òsún, Ògún, Ode, Obaluwaiyè ...
LENDAS SOBRE IKU
O povo yorubá como o resto do povo africano, eles crêem que a morte não e o fim da vida. Eles acreditam que existe um outro mundo paralelo ao nosso. A morte para eles não representa o fim da vida terrestre e sim um prolongamento da vida além túmulo. Este mundo para o povo yorubá é chamado de Orun ( Céu ) o mesmo é dividido em 9 ( nove ) partes. Este local para eles é o domínio dos seus ancestrais.
A morte para o yorubá não é a extinção da vida terrestre, mas uma mudança de vida para outra. Seus antepassados ou ancestrais são chamados de Òkù Òrun e Àgbagbà, ou ainda tem um outro título chamado de Èsa, usado para reverenciar um ancestral por parte religiosa Lese Orisa ( Culto aos Orixás ), este Título chamado de Èsa e chamado seu nome em um ritual desta religião chamado de Ìgpádè ( Encontro ).
Um antepassado ou ancestral e alguém que uma pessoa descende, seja por parte paternal o maternal, em qualquer período de tempo, em que o ser vivente conversava e tinha relações afetuosas. O povo yorubá tem por costume cultuar seus antepassados ou ancestrais para ter o merecimento de culto, somente aqueles que uma idade avançada ( salvos algumas restrições de nascimento), ter tido um trabalho de boa qualidade perante a sociedade, ter deixado bons filhos, ter sido uma pessoa de boa índole . Para o yorubá um casamento sem filhos não é uma boa forma de ter vivido ou seja um mal negocio.
Para eles existe um sistema de valores que tem 3 partes: Um OWO ( Dinheiro), Dois OMO ( Filhos) Três ÀÍKÙ ( Vida longa ).
A vida longa para eles e a mais importante porque pode proporcionar a ele o alcance das outras duas partes. São estes valores e toda linhagem de gerações passadas que, se transformam para os seus familiares o direito de ser cultuado como antepassado ou ancestral. Existe a ancestralidade por parte de pai e mãe, mais somente a parte masculina e cultuada por ser a mais importante. Através do pai que é passada a ancestralidade da família, ele e o procriador e cabe a ele a transmissão da mesma para os seus filhos, sendo a mãe a genitora recebendo esta ancestralidade e dando a ele a vida. A parte feminina e cultuada de uma forma de energia aglutinada tendo o seu culto junto as Gelede ( Culto de eguns femininos ligado ao culto das Yia mi Aje.” Minha mães feiticeiras”). Os ancestrais quando chega ao Orun, eles são recebidos pelos seus antecessores acolhendo e encaminhando, fazendo-os se desprender dos bens materiais. Sendo, este que faleceu pertencer ao culto dos orisas, ele só poder se desprender de todo bem material deixado na terra, depois do asese ( Axexe. Obrigação feita para as pessoas que morrem e pertence ao culto de orixá). Feito esta obrigação este ancestral poderá se desprender das coisas matérias e encontrar os seus ancestrais que já se encontram no Orun, os mesmos ajudam encaminhando para um lugar de luz, fazendo com que ele ganhe grau espiritual para poder ajudar seus familiares que deixou na terra.
Quando falamos a palavra culto damos a conotação de homenagem aos espírito, assim podemos entender melhor o que falamos. Feito as obrigações do ritual fúnebre, o espírito se desprende de tudo que deixou na terra e passa por um portal que liga o Aye ( terra) ao Òrun ( céu), este portal e guardado por um guardião chamado de Ònibòdè Òrun ( guardião do céu), este portal tem a ligação entre os dois mundos no qual Òrun e a moradia de Òlòdumarè ( Criador supremos de tudo e todos os seres).
Conforme a cultura Yoruba, o Òrun e dividido em 9 ( nove) partes e dependendo da vida e a causa morte deste ancestral ele e colocado em uma destas 9 ( nove ) partes. Cada parte corresponde a um tipo de elevação espiritual. Dependendo da vida, ele pode ficar no Òrun Buruku ( Parte onde se encontra as pessoas que teve uma vida ruim, só causou problemas, matou, roubou, teve uma vida desregrada), até o Òrun Áláfiá ( Parte onde se encontra os que tiveram uma vida solida, sadia, boa, foi uma pessoa de boa índole). Por isso temos de fazer por merecer que nosso espírito seja cultuado e reverenciado por nossos descendentes. Somente seremos reverenciados após nossa morte e poderemos ajudar nossos descendentes se tivermos uma vida correta.
Nascimento ( Ìbi), Vida( Ìyé) e Morte( Àti Iku ), o Pós- Vida ( Ìye Lèbin Iku), o Julgamento Divino ( Idájo ti Òlòrun) e o possível retorno a vida sucessivamente ( Àtùnwa) São visto com criação de Òlòdumarè, para remover da terra as pessoas que tiveram seu tempo de vida. Sendo Iku o seu mais fiel mensageiro. Para os Yorubas Iku também e um orisa. Iku não mata, somente toca as pessoas, com este toque a pessoa se desliga deste mundo acordando no outro. Costuma-se dizer: Ikú Kí pani, ayò I'o npa ni – “ A morte não mate, são os excessos que matam”
O odú Òyèkú Méji revela, em um de seus ìtàn, que a morte somente começou a matar, depois que sua mãe foi espancada e morta na praça do mercado de Ejìgbòmekùn. Ele gritou enfurecido. Fez do elefante a esposa do seu cavalo. Ele fez do búfalo a sua corda. Ele fez do escorpião o seu esporão bem firme pronto para lutar.
Conforme a cultura Yoruba, o Òrun e dividido em 9 ( nove) partes e dependendo da vida e a causa morte deste ancestral ele e colocado em uma destas 9 ( nove ) partes. Cada parte corresponde a um tipo de elevação espiritual. Dependendo da vida, ele pode ficar no Òrun Buruku ( Parte onde se encontra as pessoas que teve uma vida ruim, só causou problemas, matou, roubou, teve uma vida desregrada), até o Òrun Áláfiá ( Parte onde se encontra os que tiveram uma vida solida, sadia, boa, foi uma pessoa de boa índole). Por isso temos de fazer por merecer que nosso espírito seja cultuado e reverenciado por nossos descendentes. Somente seremos reverenciados após nossa morte e poderemos ajudar nossos descendentes se tivermos uma vida correta.
Nascimento ( Ìbi), Vida( Ìyé) e Morte( Àti Iku ), o Pós- Vida ( Ìye Lèbin Iku), o Julgamento Divino ( Idájo ti Òlòrun) e o possível retorno a vida sucessivamente ( Àtùnwa) São visto com criação de Òlòdumarè, para remover da terra as pessoas que tiveram seu tempo de vida. Sendo Iku o seu mais fiel mensageiro. Para os Yorubas Iku também e um orisa. Iku não mata, somente toca as pessoas, com este toque a pessoa se desliga deste mundo acordando no outro. Costuma-se dizer: Ikú Kí pani, ayò I'o npa ni – “ A morte não mate, são os excessos que matam”
O odú Òyèkú Méji revela, em um de seus ìtàn, que a morte somente começou a matar, depois que sua mãe foi espancada e morta na praça do mercado de Ejìgbòmekùn. Ele gritou enfurecido. Fez do elefante a esposa do seu cavalo. Ele fez do búfalo a sua corda. Ele fez do escorpião o seu esporão bem firme pronto para lutar.
A esposa da morte. Ojontarigi era a única esposa da Morte, Mesmo assim Orunmila quis arrebatá-la. À Orunmila foi dito para ele fazer sacrifício, E ele fez. Depois que ele terminou de fazer o sacrifício, Ele arrebatou Ojontagiri para longe da morte. Então a Morte pegou o seu Kumo, E foi para a casa de Orunmila. Ele viu Esu na frente da casa. Esu disse: “Como vai você ?”, Iku Ojepe cujo artigo de vestuário é tingido em osun. Depois que eles trocaram saudações, Esu pergunta para ele: Onde você vai? Morte respondeu que ia para a casa de Orunmila. Esu pergunta: Qual o problema? Morte disse que Orunmila levou sua esposa, E por isso tem que matá-lo. Esu, então, implorou para Morte se sentar. Depois que ele se sentou, Esu deu comida e bebidas. Depois que Morte comeu até se satisfazer, Ele se levantou, Pegou seu bastão, E começou a ir. Então, Esu perguntou novamente: “Onde você vai?”,
Morte respondeu que ele ia para a casa de Orunmila
Então Esu disse: “Como você pode comer a comida de um homem, e ao mesmo tempo querer matá-lo ?” Você não sabe, que a comida que a pouco você comeu, pertence à Orunmila? De repente morte não sabia o que fazer, Ele diz: “Diga para Orumila que ele pode ficar com a mulher”
Assim Ikú ficou sozinho, sem filho e sem esposa! Sendo o Orisa mais fiel a Òlòdumàré
Por isso se recebemos uma pessoa em nossa casa, damos abrigo, alimentação, esta pessoa não poderá nos fazer mal, e se o fizer pagará com a própria vida por este ato. Nem Ikú matou Òrumilá depois de comer sua comida. Quem somos para fazer mal aquele que nos alimenta.
Pesquisador: João Monteiro Oje do culto de Egungun, Mogba Sango, Oluponan do Ase Oloroke em salvador, Asoba, Ogan de Oya. Iniciado no culto dos orisas em 1968, na raiz do Ase Opo Afonjá.
Ikú é um Orixá
Junho 17, 2011 por Fernando D'Osogiyan
Ikú, a Morte é um Orixá, designado por Olodumare para uma função derradeira. Existem e são raríssimas, pessoas de Ikú que, evidentemente, não são iniciadas, cumprem normalmente seu destino e tem funções específicas num Ilê Axé.
Oyekú Mejí é primeiro caminho à terra, quando o Odú Oyekú Mejí chegou à Terra, a morte ainda não existia. Orixá Ikú (morte) nasce nesse caminho para cumprir sua função na Terra, Opirá. (FIM).
Oyekú Meji representa essencialmente a Morte, a profunda escuridão, representa também o lado esquerdo, o este e o princípio feminino.
Ikú vem buscar a pessoa no dia derradeiro e esteja nas condições que estiver, para levá-la de volta ao interior da terra, ao ventre de Nanã.
Ikú cumpre rigorosamente sua função e somente aqueles que conhecem os omo-odús de Oyekú Mejí, poderá conversar com a morte, e por um breve tempo. Somente através do Imolê Exú e num determinado Odú é e que se faz oferendas a Ikú, estabelecendo pactos e acordos com Ikú para adiar e afastar a morte, aliado aos bons ebós.
Pai Agenor dizia que: a troca pela vida, através de oferendas, é o ponto central do culto aos Orixás, a vida, nada mais é, que a mais valiosa de todas as trocas e também a mais cara.
As trocas não são eternas, chegará o dia que Ikú terá que cumprir sua função e ainda exigirá oferendas, para garantir que só levará apenas um. Há casos famosos de zeladores que depois de mortos, Ikú voltou algumas vezes para cobrar sua oferenda e não encontrando levava seus filhos, acabando muitas vezes, com a casa de candomblé.
Com Ikú não se brinca, quando Ikú chega o nosso Orixá não está mais conosco, sabe que já cumpriu sua função e somente Orí acompanha a pessoa até o fim.
Axé.
Fernando D’Osogiyan
O ILÉ ÀSÉ ALAKETÚ ÒSÚN FEMI & BABALORISÁ ANTONIO T'ÒSÚN INFORMA .
Ile ÀSE ALAKETÚ ÒSUN FEMY &BABALORISÁ ANTONIO T'OSUN.
POR MOTIVOS ALHEIOS A NOSSA VONTADE NÃO
SE REALIZARÁ OS FESTEJOS DE BÀBÁ MI SÀNGÓ
IYÁ MI OYÁ &IYÁ MI OBÁ.
QUE SERIAM REALIZADOS NO DIA 23/10/11.
DESDE JÁ CONTAMOS COM A COMPRESSÃO DE TODOS.
ADÚPÉ.
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
ILÉ ÀSE ALAKETÚ ÒSUN FEMY & BABALORISÁ ANTONIO T'OSUN convida para celebração De bàbá mi sàngo iyá mi oyá &iyá mi obá.
Dia 23/10/11 as 17:00 hs
Ìbínu Sàngó: A fúria de Sàngó. Seu temperamento é lembrado em muitos cânticos, como o que segue:
Olómo kìlò fómo re
(Advirta o seu filho)
E má pèé Sàngó gbómo lo
(Para que Sàngó não seja acusado de rapto)
Bí ó soro,
(Quando ele fica feroz)
A so’gi dènìyàn
(Transforma a árvore numa pessoa)
Bí ó soro,
(Quando ele fica feroz)
A sènìyàn deranko.
(Transforma uma pessoa num animal.)
RUA AMÉRICO SUGAY N°1010
VILA JACUY: SÃO MIGUEL PAULISTA
TEL 20376998
ITAN TI ESÚ -ÀGO ESÚ, MO JU IBA,IBA SE O !
Mo ju iba, Esu Oba Baba awon Esu! Iba se, o!
Saudações, Esu Senhor e Pai de todos os Esus!
Que esta homenagem se cumpra!
E pedimos-lhe Ago ou "licença" para citar o seu Orisirisi ou "Contos Imemoriais" onde se fala de seus dezesseis maiores atributos, sobretudo ligados ao Culto de Ifá, e que são tão negligenciados hoje em dia até pelos seus El'esu ou "Sacerdote de Esu"!
Eis aqui seus dezesseis títulos e suas correspondentes "qualidades", os quais sempre foram ligados aos 16 Odu ou "Fundamentos de Tradição" dos Itan Ifa ou "Contos de Ifá" de Ile Ife ou "Cidade Santa de Ifé":
Esu Yangi - o Senhor da Laterita Vermelha
Esu Agba - o Senhor Ancestral
Esu Igba Keta - o Senhor da Terceira Cabaça
Esu Okoto - o Senhor do Caracol
Esu Oba Baba Esu - o Rei e Pai de todos os Eshus
Esu Odara - o Senhor da Felicidade
Esu Osije - o Mensageiro Divino
Esu Eleru - o Senhor da Obrigação Ritual
Esu Enu Gbarijo - o Senhor da Boca Coletiva
Esu Elegbara - o Senhor do Poder Mágico
Esu Bara - o Senhor do Corpo
Esu L'Onan - o Senhor dos Caminhos
Esu Ol'Obe - o Senhor da Faca
Esu El'Ebo - o Senhor das Oferendas
Esu Alafia - o Senhor da Satisfação Pessoal
Esu Oduso - o Vigia dos Odus
Pouca semelhança entre estes nomes e aqueles que, hoje em dia, se lhe atribuem? Paciência! Somem a estes nomes 350 anos de guerras, escravidão, aculturação por sobrevivência e catequese forçada "goela abaixo" dos vencidos e chegaremos facilmente, com o devido respeito, às "Tronqueiras" e à troca de nomes do "Senhor da Laterita" por "Exú do Lodo", o "Senhor dos Caminhos" por Exú "Tranca-Ruas" e o "Senhor do Corpo" por "Exú Caveira", como veremos a seguir. Assim, tendo visto as denominações, vejamos agora as qualificações.
Esu Yangi é a sua primeira forma mais importante e a que lhe confere a qualidade de Imole ou "Divindade", pois nos Ritos da Criação, segundo o Credo Iorubá:
-"O ar e as águas moveram-se conjuntamente e
uma parte deles mesmos transformou-se em lama.
Dessa lama originou-se uma bolha ou montículo,
a primeira matéria dotada de forma,
um rochedo avermelhado e lamacento.
OLORUN admirou esta forma e soprou sobre o montículo,
insuflando-lhe Seu Hálito e lhe deu vida.
Esta forma, a primeira dotada de existência individual,
um rochedo de Laterita,
era Esu Yangi."-
Assim, fica claro que Imole Esu foi criado diretamente por OLORUN, mas não da própria e primordial matéria divina, da qual Ele já havia feito Obatala e Oduduwa, o Casal Divino, mas sim daquela matéria que iria formar toda existência genérica subseqüente, ou seja, a Eerupe ou "Lama", da qual seria criada também toda a Humanidade que um dia Ebora Iku ou a "Morte" devolverá a essa mesma lama.
Então, Imole Esu é o primeiro Ser criado da Existência Genérica e o símbolo por excelência do Elemento Criado. Por isso ele é chamado também de Esu Agba ou "Eshu Ancestral". Assim, os seus assentamentos ou sacrários mais antigos e tradicionais eram um simples pedaço de Laterita vermelha enfiado no solo, na Orita Meta ou "Encruzilhada de Três Caminhos". Algumas vezes, a Laterita vermelha estaria cercada por 7, 14 ou 21 hastes de ferro, mas deste metal bem enferrujado que é o "esqueleto" do metal novo.
Como os mitos da Criação, segundo os Iorubás, demonstram que Imole Esu foi criado logo após Obatala e Oduduwa por OLORUN, ele é, portanto, o Igba Keta ou a "Terceira Cabaça" ou o "Terceiro Criado", sendo símbolo da Existência Diferenciada e, em conseqüência, o elemento dinâmico que leva à propulsão, à mobilização, à transformação e ao crescimento. Nesta variante múltipla, ele é o princípio dinâmico que participa forçosamente de tudo o que virá a existir.
E assim foi-se processando a Criação, segundo o Credo Iorubá.
Os Orisirisi Esu continuam contando como Imole Esu logo descontrolou-se e começou a devorar toda a existência, sendo obrigado por Orunmila, após uma longa perseguição, a vomitar tudo de volta; entretanto, tudo em maior quantidade, muito melhor e mais perfeito do que quando o ingerira.
E, tendo sido picado em milhares de pedaços pela espada de Orunmila, transformou-se no "Mais Um" ou o "Um multiplicado pelo Infinito", no Esu Okoto ou "Eshu do Caracol", cuja estrutura óssea espiralada parte de um ponto único, abrindo-se para o Infinito e no qual os Iorubanos conceituavam o crescimento e a multiplicação.
Desta forma, Esu Yangi também multiplicou-se “infinitamente" e, tendo se tornado no símbolo da restituição e da recomposição, tornou-se ele próprio no Oba Baba Esu ou "Rei" e o "Pai" de todos os outros Imole Esu que dele seriam e foram "cortados” e que para sempre acompanhariam os Imole e todos os mortais.
Os Ese Itan Ifa ou "Versos dos Contos de Ifá", contam-nos a razão da denominação das outras variantes múltiplas de Imole Esu.
Numa explanação livre dos versos desses Contos, no que se refere ao Imole Osetuwa, podemos ler que quando os Imole vieram à Terra para coadjuvar Obatala e Oduduwa a reger a Criação, OLORUN ensinou-lhes tudo quanto precisavam saber para que a vida na Terra fosse Odara ou "Feliz".
Mas, apesar de os Imole fazerem tudo quanto lhes tinha sido prescrito por OLORUN, sobrevieram na Terra todos os tipos de desgraças, sobretudo uma terrível e prolongada seca.
Os Imole reuniram-se e chegaram à conclusão de que os fatos desastrosos estavam além da sua compreensão e que deveriam mandar alguém, sábio e instruído, à presença de OLORUN para que Este lhes mandasse a solução dos problemas que afligiam a Terra, agora sob o risco de total desaparecimento.
Orunmila, o Orixá da Divinação Sagrada, partiu nessa missão e data daí o fato de que ele passou a ser um dos três Imole que podem apresentar-se perante OLORUN e suportar-Lhe o esplendor. Ao lhe ser permitido facear OLORUN, Orunmila ouviu Dele que a razão para todas as desgraças que assolavam a Terra estava no fato de que eles, os Imole, não haviam convidado para morar no Ode Aiye, ou seja, a "moradia dos Imole na Terra", ao Ser que se constituía no décimo sétimo dentre eles. Quando assim o fizessem, tudo voltaria a frutificar!
E foi assim que Orunmila tornou-se o "Arauto de OLORUN" para a ligação dos dois mundos, o Orun ou "Além" e o Aiye ou "Terra". Retornando ao Ode Aiye, Orunmila começou a procurar pelo "décimo sétimo", o qual deveria ser convidado a morar com eles.
Depois de muitas tentativas infrutíferas, decidiram que uma poderosa Aje ou "Senhora do Feitiço" - a Ebora Osum - deveria conceber um filho de Oso ou "Senhor do Poder Mágico", filho esse que receberia, ainda no ventre materno, o Ase ou "Força Mágica" de todos os Imole por imposição conjunta de suas mãos, para que se transformasse assim no Mensageiro por excelência das Oferendas dos Imole e se acabassem as desgraças que assolavam a Terra.
Assim foi gerado um filho do "Feitiço com o Poder Mágico", o qual recebeu o nome de Osetuwa e este novo Orixá Gerado passou a tentar cumprir o seu dever de mensageiro, mas sem obter absolutamente nenhum sucesso!
Até que um dia, em aflição, lembrou-se de procurar o quase desconhecido Imole Esu Odara ou "Eshu da Felicidade", para pedir-lhe conselhos e ajuda.
E Osetuwa dirigiu-se a Esu Odara e pediu-lhe a ajuda para levar as Oferendas dos Imole a OLORUN. E Esu Odara respondeu a Osetuwa:
-" Como??? Jamais pensei que você viesse me avisar antes de partir!
Por este seu gesto, hoje o Orun lhe abrirá as portas."-
E, então, Osetuwa e Esu Odara puseram-se a caminho e partiram em direção aos portões do Orun. Quando lá chegaram, as portas já se encontravam abertas!
Osetuwa, então, pôde entregar as Oferendas dos Imole a OLORUN e Este, aceitando-as por virem através de Imole Esu, deu a Osetuwa ..."todas as coisas necessárias à sobrevivência do Mundo". Osetuwa voltou ao Aiye ou "Mundo Material" e tudo frutificou novamente!
Tão gratos lhe ficaram os Imole que o cobriram de presentes e o celebraram como o único dentre eles que conseguira levar as Oferendas ao Orun. Mas Osetuwa, com humildade, levou todos os presentes que recebera e deu-os todos a Esu Odara.
Quando os deu a Esu, o mesmo disse:
-“Como??? Há tanto tempo eu entrego os sacrifícios
e nunca houve ninguém para retribuir-me a gentileza!"-
-“Você, Osetuwa, todos os sacrifícios que eles fizerem sobre a Terra,
se não os entregarem primeiro a você
para que você os possa trazer a mim,
farei com que as Oferendas não sejam aceitas!"-
E foi assim que Osetuwa tornou-se em um poderoso Akin Oso ou "Manipulador do Poder", duplamente por seu nascimento e pela confirmação de Imole Esu Odara, por ter mostrado a todos os Imole que Esu era realmente o Osije ou "Mensageiro Divino" e que também tinha o poder de aceitar ou recusar os sacrifícios rituais porque era o verdadeiro Eleru ou "Senhor da Obrigação Ritual".
A partir de então, os seiscentos Imole decidiram dar ao Imole Esu um “pedaço de suas próprias bocas” para que ele pudesse falar por todos, quando fosse perante OLORUN, pois era patente que ele era o outro Imole, além de Orunmila, que podia apresentar-se perante OLORUN. Imole Esu, muito sabiamente, “uniu todos esses pedaços em sua própria boca” e assim tornou-se o Enu Gbarijo ou "Boca Coletiva" de todos os Imole.
Desde então, como retribuição de Esu aos outros Imole, cada um destes possui ao seu lado o seu Esu Okoto ou "Eshu do Caracol", o "Mais Um", a quem ambos delegam os seus poderes. Desta forma, por delegação espontânea de todos os Imole, Esu tornou-se também o Elegbara ou "Senhor do Poder Mágico". E como toda a Criação é também regida pelos Imole, todo o Ser vivente no Aiye ou "Mundo", assim como possui o seu Olori, ou seja, o seu Orisa ou sua Ebora, que são o "Senhor" ou a "Senhora" de sua Ori ou "Cabeça", também tem que ter o seu Esu Bara ou "Esu do Corpo", pois Bara vem de Oba=Senhor + Ara=Corpo.
Isto explica muitas coisas que são atribuídas nos cultos afro-brasileiros a Exú, pois que ele é responsável pela natural atividade sexual, que é um atributo do corpo, pois sem ela não há procriação, que é multiplicação e abundância, quer seja vegetal, animal ou humana.
E, para isso, Imole Esu, sendo o Elegbara e o Bara, recebeu de OLORUN os instrumentos-símbolos desta sua ação dinamizadora e frutificadora:
- o Ado Iran, a Cabaça arredondada de longo pescoço, o recipiente de poder mágico que contém inesgotável Ase ou Força Mágica, bastando ser apontada a um objetivo para emanar e propagar esse poder mágico;
- o Gorro ou Penteado tradicional em coque de ponta alongada e caída, terminada na forma da glande peniana humana, símbolo da Reprodução.
Daí ser o pênis humano, em ereção, uma de suas mais populares e ancestrais representações, feitas em pedra, como as da localidade africana de Tondediru, ou, mais simplesmente, modeladas em barro à beira dos caminhos. E este foi, como já dissemos no início, um dos aspectos de Imole Esu que mais escandalizou os missionários de outras religiões, que então dispararam contra ele todas as suas “armas”.
Nunca atentaram para o fato de que em nenhum dos milhares de Versos de Contos de Ifá, Imole Esu jamais - repitamos - jamais assume a função de procriador e mais: suas diversas formas multiplicativas têm por origem a divisão do seu próprio Ser em “milhares” de partes pela espada de Orunmila.
Mas Imole Esu tinha uma outra função capital que despertou o interesse dos catequistas das novas religiões, que nela viram a oportunidade otimizada para a destruição de sua importância entre os Iorubás: a sua função de Executor Divino.
Como Imole Esu é o Mensageiro Divino e o Senhor do Carrego Ritual prescrito por Orunmila-Ifa, ele é também o L'Onan ou "Senhor dos Caminhos", tanto dos benéficos (Ona Rere), quanto dos maléficos (Ona Buruku), que ele abre ou fecha aos mortais conforme verifique se os sacrifícios prescritos aos fiéis foram ou não cumpridos, ajudando aqueles que os cumprem e punindo os que, devidamente avisados, não o fazem.
Por isso, ele é também o Ol'obe ou "Senhor da Faca", significando ser o Executor dos Sacrifícios, mas também, no sentido ritualístico, "Aquele que tem o poder de vida e morte". À Obe ou "Faca", Imole Esu junta ainda a sua Opa ou "Bolsa", na qual carrega os seus objetos ritualísticos mágicos, entre eles os "fragmentos de cabaças", símbolo do Ser destruído mas, por sua vez, destruidor, talvez um dos seus emblemas mais temidos e somente manipulados por seus El'esu, ou seja, pelos Sacerdotes do Imole Esu.
Por tudo isso, Imole Esu está sempre "do lado de fora", nos “caminhos”, onde tem seu lugar predileto, a Orita Meta ou "Encruzilhada de Três Caminhos", onde ele aceita, carrega, transporta e premia, mas, também, de onde vigia, adverte, recusa e pune.
Foi então que os primeiros catequistas de outras religiões passaram a pregar que todas as desgraças acontecidas aos fiéis dos Orisa Yoruba, merecidas ou não, derivavam da ação nefasta e indiscriminada de Imole Esu, o qual apenas faria o Mal pelo Mal.
Por sua vez, o povo Yoruba escravizado viu nesta interpretação equivocada de Executor por Malfeitor, uma nova arma para se defenderem e passaram a ameaçar abertamente os seus inimigos com as artes punitivas do Imole Esu, que assim começou a transformar-se em "Êxú" e a sincretizar-se, nas mentes mais fracas, com a figura do "diabo” medieval católico.
Daí a ele começar a ser representado e apresentado como um Ser tenebroso e mau foi apenas a mesma “descida de ladeira” por onde escorregaram os sincrético cultos afro-brasileiros, notadamente a Umbanda Popular, até estarem lançadas as bases do “sincretismo dentro do sincretismo" e aparecer a Kimbanda que, na verdade, nada mais é que o "ponto mais alto da curva do desespero” a que foram lançados os povos escravizados no Brasil.
Mas, na realidade, no Credo Iorubá, Imole Esu é o símbolo, não da subtração, mas sim da restituição que os humanos devem fazer, através de Oferendas, daquelas coisas que eram necessárias à sobrevivência do Mundo e que OLORUN deu aos Imole Osetuwa e Esu para salvá-la e não para destruí-la.
E é na execução das Oferendas com esta intenção, que só Esu Elebo ou "Senhor das Ofendas" é capaz de tornar aceitável a OLORUN, que está a "chave" que permite ao fiel alcançar o seu objetivo. E se conseguir alcançar o seu objetivo, naturalmente obterá também a satisfação (Alafia) dos seus anseios maiores; assim, deve agradecer também a Esu Alafia ou "Senhor da Satisfação Pessoal".
É sobretudo sob as múltiplas variantes de Bara, Enu Gbarijo, Elebo e Alafia que o Orisa Orunmila se utiliza do Imole Esu para poder atuar como o Arauto dos Awon Orisa sobre os destinos humanos na Divinação Sagrada de Ifá, quer através do Opon ou "Tabuleiro" e do Opele ou "Corrente de Ifá", quer através dos "Búzios".
Por isso mesmo, os Odu ou "Fundamentos de Tradição" sempre aconselham a Pa Esu, ou seja, a apaziguar ao Imole Esu e não a tentar suborná-lo para ter um “malfeitor” às ordens.
Imole Esu é, pois, o Princípio Restaurador do Equilíbrio no Credo Iorubá. Daí as suas representações pouco conhecidas, à fora sua representação fálica, ora “fumando cachimbo”, simbolizando a absorção e a ingestão, ora “tocando flauta”, simbolizando a doação e a restituição.
E assim, os Orisirisi Esu contam como ele distribui generosamente crescimento e honras, “vomitando-os" após ter ingerido todo tipo de alimentos e bebidas rituais das Oferendas e como há um determinado elemento, o Aasaa ou "Fumo de rolo" picado que infalivelmente provoca essa inusitada transformação, multiplicação e restituição”.
Tudo isso ele assim faz em troca de somente três coisas:
a coragem do fiel em tentar cumprir seu próprio destino;
o respeito do fiel aos Fundamentos de Tradição dos Orixás;
e a oferta de seu Ebo ou "Oferenda" específico que lhe é destinada no seu ritual próprio, o Ipade, cujo literal significado é justamente “ato de reunião de apaziguamento” e não para pedidos de destruições e vinganças aleatórias, como pensam aqueles que, na verdade, não conhecem a essência do Senhor Imole Esu, porque se esqueceram ou não conhecem mais as suas raízes espirituais ancestrais, ou, pior ainda, as renegam!
A oferenda Ebo é constituída de elementos materiais muito simples, mas de profundo significado, ao contrário do que se vê "despachado" pelas esquinas de nossas cidades e que quase não guardam relação alguma com o seu significado original:
- Omi (a Água), a Oferenda por excelência, que fertiliza, apazigua e vitaliza tanto o Além quanto a Terra, especialmente se for a Omi Ato (água de chuva), a “Água-sêmen” do Céu!
- Epo (o Azeite de Dendê): símbolo da dinâmica da realização, da descendência, relacionada com o Eje Pupo ou “sangue vermelho” ou essência do Vermelho dos elementos gerados;
- Otin (bebida destilada branca): vinho de palmeira em áfrica e cachaça no Brasil, relacionada com o Eje Funfun ou “sangue branco” ou essência do Branco dos elementos geradores;
- Iyefun (a farinha): qualquer farinha, a qual é símbolo do Eje Dudu ou “sangue preto” ou essência do Preto dos elementos gestantes e fecundos, como o Akasa, bolinho de pasta branca de milho deixado de molho, ralado e cozido, envolto na folha africana Ewe Eko, no Brasil, substitída pela "folha de bananeira".
Dito isto (e mais haveria), eis porque tão poderosa divindade sempre foi e ainda é cultuada e servida antes até que servidos e cultuados sejam os Orixás, em qualquer situação e lugar ...
Remarquemos a mais que, especificamente no Ebo de seu Ipade, Imole Esu não recebe sangue animal e sim seu sucedâneo transmudado - o Epo ou "Azeite de Dendê".
Assim, sem ferirmos a Tradição Ancestral, podemos afirmar que é um direito da Corrente Astral do Aumbhandan - A Umbanda Esotérica do Brasil - não se utilizar de sacrifícios de sangue, nem mesmo parar preceituar tão poderosa divindade.
Usos e costumes ancestrais de outros povos, legítimos e fundamentados à sua época, podem muito bem serem transmudados em novos tempos, como já acontecia mesmo em África, aonde os Babalawos tinham, a seu critério, o poder de substituir os animais preceituados para oferenda por suas penas, escamas e couros, devendo o valor de mercado do animal a ofertar ser distribuído, em esmolas, entre os carentes de sua comunidade.
Por outro lado, a atuação do Imole Esu como Mensageiro dos Orixás para a entrega de oferendas a OLORUN, dificilmente é compatível ou coerente com a sua posterior identificação com o "Satã" pelos cristãos e muçulmanos. Tal tentativa de analogia, só se explica por não se encontrar no Credo Iorubá a idéia de “diabo” ou “inferno”, como se os entendem em outras religiões não-africanas.
De fato, mesmo face à situação irregular dos suicidas, no pensamento Iorubá seres carentes de coragem em enfrentar seu próprio destino, os Iorubanos jamais criaram a idéia grosseira de uma eterna punição; para eles, prêmio ou castigo eram provações a serem experimentadas aqui mesmo nesta Terra ou pela falta de retorno à ela.
Assim, a idéia de um "Exú" essencialmente trevoso e mau é uma contrafação sincrética com o “diabo” medieval católico, forçada e imposta pela escravidão e conseqüente perda de valores iniciatórios das religiões africanas no Brasil, mas que nunca existiu em África em tempo algum.
E, muito embora nas lendas populares, Imole Esu passasse a ser conhecido como "manhoso", “trapaceiro" e notoriamente "encrenqueiro", mormente se não for "apaziguado" por seu Ebo, a sua suposta imagem de malignidade decorre, na verdade, de ele ter o importante papel de Executor Divino, punindo aqueles que descuram as oferendas prescritas para eles, mas recompensando aqueles que as cumprem.
Entretanto, ele nada faz por conta própria, servindo fielmente a OLORUN e ao Orisa Orunmila-Ifa. Também, os Orisa e as Ebora podem convocá-lo para se utilizar da variedade de punições postas sob o seu comando. E isto porque, com imensa sabedoria, o Credo Iorubano ancestral prega que Orisa algum pune diretamente seus “Filhos", mesmo os transviados, os transgressores e os ofensores: isto é função do Imole Esu.
Os Versos dos Contos de lfá dizem que Imole Esu é também encarregado por OLORUN para vigiar as ações de outras Divindades no Aiye ou "Terra". E isto só pode se dar, dizem os fiéis, porque ele é notável e notoriamente equânime no seu papel de Executor Divino.
É por tudo isso que todos os devotos de todas os Orisa e Ebora se voltam para Orunmila-lfa em tempos de dificuldades, buscando essa equanimidade e, a conselho dos Babalawo, oferendam a Imole Esu e, por seu intermédio, a OLORUN.
Para que os Babalaôs não se excedam nas prescrição dessas oferendas, Imole Esu está sempre presente na Divinação Sagrada de Ifá, como o décimo sétimo Ikin ou "Coquinho de Dendê", o Olori Ikin ou "Senhor da Cabeça dos Coquinhos de Dendê Consagrados", o qual leva a sua efígie gravada.
Por essa razão, este décimo sétimo lkin é também chamado de Oduso ou "Vigia dos Odu", do verbo Iorubá So ou "Vigiar", ou seja, colocado no Tabuleiro de Ifá em uma posição tão privilegiada quanto a do Babalaô, ele representa Esu Oduso que é o Vigia dos Odu ou "Signos-Resposta" do Sistema lfá e, conseqüentemente de suas verdadeiras interpretações pelos Babalaôs, pois todo o bom cumprimento do Iwa ou "Destino" do Consulente depende de se bem compreender a Mensagem que Orisa Orunmila quer transmitir ao Consulente.
Daí se compreender que a ligação do Imole Esu com o "Jogo de Ifá" é inquestionável.
Assim, como vemos, Imole Esu não é nem mau nem tenebroso, antes, pelo contrário, freqüenta o Orun ou "Além", reporta-se diretamente a OLORUN e dialoga com os Imole ou Divindades e com os Onile ou Antepassados. Ele também não é indiscriminadamente vingativo , mas é o Transformador Divino que trata com equanimidade Divindades, Ancestrais, Babalaôs e Humanos por ordens de OLORUN.
E nada executa por sua própria vontade, mas cumprindo fielmente as ordens de OLORUN e os ditames do Iwa ou "Destino" livremente escolhido por cada Ori Orun ou "Individualidade no Além" de cada fiel e, através de Orunmila-Ifa, cumpre também as ordens das Divindades.
E se ele é considerado “trapaceiro" e “encrenqueiro”, o é pelos culpados, porque ele é o fiscal de OLORUN junto aos Orisa e, ainda, o Vigia dos Babalaôs e do bom cumprimento das obrigações rituais e sacrificiais por cada Fiel.
E se ele pode até matar, conforme se lê em diversos Ese dos Itan Ifá, é também ele que representa a Vida e a sua dinamização ou continuação, através do legítimo e natural prazer sexual que leva os humanos a procriar.
E se assim é há milênios, a Imole Esu só é devida a coragem de cada fiel em tentar realizar o seu Destino livremente escolhido antes de nascer, a sua Oferenda específica - o Ebo - do seu ritual Ipade e a nossa saudação, não de medo ou horror, mas de respeito, como a ele fez Osetuwa:
— "Agba Esu, Mo ju iba ! Iba se o!“ —
— "Esu Ancestral, presto-lhe minha homenagem!“-
-“Oh! Que esta homenagem se cumpra!" —
Assim sendo, quero terminar esta explanação com a tradução livre, mas coerente, de parte de um dos Versos dos Contos de Ifá, o do Odu Obara Meji:
Obara ni,
ki ndojubole Ki n'ba buru,
Ki Elegbara o jeki ngo lo
Nje ikuderin Moforibale l'Elegbara.
—"Obará Meji pediu que eu me prostrasse em reverência,
cobrindo minha cabeça.
Que eu deveria me prostrar e me cobrir em respeito,
para que Elégbará me permitisse prosseguir
em meu caminho de felicidade e riqueza.
Assim, minha morte transformar-se-á em longa vida de alegria.
Portanto, curvo-me ante Elégbará!" —
Então, assim, também eu o faço e assim também eu peço:
— "Imole Esu, aqui está minha oferenda!“—
— “ Por favor, peça a OLORUN que aceite esta oferenda
e alivie meu sofrimento!"—
Tó! (Assim seja!) Adupê, ó! (Oh, Obrigado!)
Mana, Àsé e Benção
Baba Oberefun Si Okojumide
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