sexta-feira, 4 de novembro de 2011

OSALÁ ENCABEÇA A FAMÍLIA DOS ÒRISÁ FUNFUN ,OS ÒRISÁ BRANCOS ,USAM O EFUN (GIZ BRANCO)

Oxalá encabeça a família dos orixás funfun, os orixás brancos, que usam o ẹfun (giz branco) para enfeitar o corpo, dos quais há 154, segundo Pierre Verger, que cita os seguintes:




Òrìşá Olufọn ajígúnà koari, “aquele que grita quando acorda”;
Òrìşá Ògiyán Ewúléèjìgbò, “Senhor de Ejigbô”;
Òrìşá Ọbaníjìta;
Òrìşá Àkirè ou Ìkirè, um valente guerreiro muito rico que transforma em surdo-mudo aquele que o negligencia;
Òrìşá Ẹtẹko Ọba Dugbe, outro guerreiro muito ligado a Òrìşànlá;
Òrìşá Aláşẹ ou Olúorogbo, que salvou o mundo fazendo chover num período de seca
Òrìşá Olójo;
Òrìşá Àrówú;
Òrìşá Oníkì;
Òrìşá Onírinjà;
Òrìşá Ajagẹmọ, para o qual, durante sua festa anual em Ẹdẹ, dança-se e representa-se com mímicas um combate entre ele e Olunwi, no qual este último sai vencedor e aprisiona seu adversário. Mas tarde Òrìşá Ajagẹmọ é libertado e volta triunfante para seu templo. Ulli Beier sugere que nesta representação poderia haver uma espécie de reconstituição da conquista do reino Igbô por Odùduà, da derrota de Orixalá no plano temporal e de sua vitória final no plano espiritual.
Òrìşá Jayé em Jayé;
Òrìşá Ròwu em Owu;
Òrìşá Ọlọbà em Obá;
Òrìşá Olúọfin em Iwọfin;
Òrìşáko em Oko;
Òrìşá Eguin em Owú.



A todos esses orixás funfun são feitas oferendas de alimentos brancos, como pasta de inhame, milho, caracóis e limo da costa. O vinho, o azeite de dendê e o sal são as principais interdições. As pessoas que lhes são consagradas devem sempre vestir-se de branco, usar colares da mesma cor e pulseiras de estanho, chumbo ou marfim. A rigor, deveriam ser os únicos a serem chamados orixás, sendo os outros designados pelos próprios nomes ou então, sob a denominação mais geral de ebora para os deuses masculinos. O termo imọlẹ abrangeria o conjunto dos deuses iorubás. O ritual de adoração de todos os orixás funfun é tão semelhante que, em alguns casos, é difícil saber se se trata de divindades distintas ou de nomes e manifestações diferentes de Oxalá.

Segundo a tradição, Òòsàálá desfruta de situação de Òrìsà máximo. Chama-se também Obàtálá, que significa "Rei Maior". Deus o teria criado antes de todos os outros e lhe teria dado o poder de auxiliar na criação dos seres humanos.

Enquanto Deus faria os corpos brutos, Òòsàálá faria os olhos, os narizes, as orelhas e outras partes dos corpos. É também chamado de "Ate-re-re-kaiye, Olódùnmarè".
Os Yorùbás rezam para que Òòsàálá favoreça as mulheres grávidas e, para agradá-lo, entoam canções especialmente em sua honra:

"Eni s'oju s'emu (A pessoa que fez olho e nariz)
Òrìsà ni maa sin (Òrìsà que vou cultuar)
Adani b'o ti ri (Criou a pessoa como ela é)
Òrìsà ni maa sin (Òrìsà que vou cultuar)
Eni ran mi w'aiye (A pessoa que me mandou para o mundo)
Òrìsà ni maa sin (Òrìsà que vou cultuar)

Òòsàálá não gosta de azeite-de-dendê, osùn, e de qualquer coisa vermelha. Seus sacerdotes e cultuadores usam roupa branca no dia de sua festa. As cultuadoras também usam turbantes e contas brancas. O Òrìsà, aliás, exige, tradicionalmente, não apenas alvuira na vestimenta mas também retidão nas pessoas.

A comida típica do Òrìsà é o pirão de inhame (isu) e molho feito de uma substância chamada Banha de Orí e caracol (Ìgbín) branco.

Coloca-se diariamente àgua de nascente em seu santuário, pintado com efun. A portadora da àgua deve necessáriamente ser uma moça virgem ou uma senhora que já não mantém mais relações sexuais. Ao trazer a àgua, a portadora vem tocando agogô, a fim de alertar a população da sua chegada. Durante o percurso ela não pode falar e ninguém deve lhe dirigir a palavra.

OSOGUIÃ



Filho de Oxalufon, é jovem,guerreiro e não perde uma oportunidade de lutar contra Omolú e xangô. É o único que tem autorização de enfeitar seus colares brancos com as pedras azuis, chamadas de seguy, e suas roupas brancas podem,ás vezes, levar uma franja vermelha. Está ligado ao culto de Yroko e dos espíritos, assim como a fertilidade e ao culto dos inhames. È pai de Oxossi Inlé, come com Ogun já, Oxossi Inlé, Ayrá, Exú, Oyá e Onira. Tem fundamento com Oyá. Vem pelos caminhos de Onira. Tem ligação com Exú. Seus filhos devem evitar brigas, confusões e mentiras, principalmente não devem enganar a Ogún ou a seus filhos, pois será castigado sem dó. Não devem comer ovo frito para não esquentar o Orixá, cachaça, sal e dendê. É um Orixá muito perigoso.

Oríkì à Osàlà


Obanla o rin n'eru ojikutu s'eru. Obà n'ille Ifon alabalase oba patapata n'ille iranje. O yo kelekele o ta mi l'ore. O gba a giri l'owo osika. O fi l'emi asoto l'owo. Oba igbo oluwaiye re e o ke bi owu la. O yi ala. Osun l'ala o fi koko ala rumo. Obà igbo.


Tradução


Rei das roupas brancas que nunca teme a aproximação da morte. Pai do Paraíso eterno dirigente das gerações. Gentilmente alivia o fardo de meus amigos. Dê-me o poder de manifestar a abundância. Revela o mistério da abundância. Pai do bosque sagrado, dono de todas as benções que aumentam minha sabedoria. Eu me faço como as Roupas Brancas. Protetor das roupas brancas eu o saúdo. Pai do Bosque Sagrado.


Oríkì à Osàlà


Kí Òrìsà-nlá Olú àtélesé, a gbénon dídùn là. Ní Ibodè Yìí, Kò Sí Òsán, Bèéni Kò Sí Òru. Kò Sí Òtútù, Bèéni Kò Sí Ooru. Ohun Àsírií Kan Kò Sí Ní Ibodè Yìí. Ohun Gbogbo Dúró Kedere Nínu Ìmólè Olóòrun. Àyànmó Kò Gbó Oògùn. Àkúnlèyàn Òun Ní Àdáyébá. Àdáyébá Ni Àdáyé Se.


Tradução


Que o Grande Òrìsà, Senhor da sola dos pés, guie-nos aos benefícios da riqueza! Aqui é a porta do Céu, nela pode-se entrar de dia e de noite. Nela não há frio, e também não há calor. Aqui, na porta do Céu, nada é segredo. E nela todas as coisas permanecerão claras diante da luz de Deus. Que o destino não nos faça usar remédios. Que as pessoas adorem de joelhos as coisas do Céu, para encontrar coisas boas na Terra. Que as coisas boas sejam sempre encontradas na Terra.



Oríkì fún Òòsààlà

Obanla o rin n'eru ojikutu s'eru. Obà n'ille Ifon alabalase oba patapata n'ille iranje. O yo kelekele o ta mi l'ore. O gba a giri l'owo osika. O fi l'emi asoto l'owo. Oba igbo oluwaiye re e o ke bi owu la. O yi ala. Osun l'ala o fi koko ala rumo. Obà igbo.

Kí Òrìsà-nlá Olú àtélesé, a gbénon dídùn là. Ní Ibodè Yìí, Kò Sí Òsán, Bèéni Kò Sí Òru. Kò Sí Òtútù, Bèéni Kò Sí Ooru. Ohun Àsírií Kan Kò Sí Ní Ibodè Yìí. Ohun Gbogbo Dúró Kedere Nínu Ìmólè Olóòrun. Àyànmó Kò Gbó Oògùn. Àkúnlèyàn Òun Ní Àdáyébá. Àdáyébá Ni Àdáyé Se.




Oríkì para Òòsààlà

Rei das roupas brancas que nunca teme a aproximação da morte. Pai do Paraíso eterno dirigente das gerações. Gentilmente alivia o fardo de meus amigos. Dê-me o poder de manifestar a abundância. Revela o mistério da abundância. Pai do bosque sagrado, dono de todas as benções que aumentam minha sabedoria. Eu me faço como as Roupas Brancas. Protetor das roupas brancas eu o saúdo. Pai do Bosque Sagrado.

Que o Grande Òrìsà, Senhor da sola dos pés, guie-nos aos benefícios da riqueza! Aqui é a porta do Céu, nela pode-se entrar de dia e de noite. Nela não há frio, e também não há calor. Aqui, na porta do Céu, nada é segredo. E nela todas as coisas permanecerão claras diante da luz de Deus. Que o destino não nos faça usar remédios. Que as pessoas adorem de joelhos as coisas do Céu, para encontrar coisas boas na Terra. Que as coisas boas sejam sempre encontradas na Terra.



Orin Oxalá



Èyin rí àwa

ìgbàgbó wa okòn

Èyin rí àwa , ìgbàgbó wa okòn

Ètùtù sé ipadé siré

Kò rú lé, kò rú lé,

Bàbá Ifá

E sìn sé ipàde siré

Kò rú lé, kò rú lé,

Bàbá Ifá



Vós vedes a nós e a crença em nossos corações.

Vós vedes a nós e a crença em nossos corações.

Façais com que haja concórdia em nossa reunião

de xirê ( dançar e brincar para orixás )

Que não causeis confusão na casa,

Pai Ifá.

Vos cultuaremos em nossas reunião de xirê,

não causeis confusão em nossa casa,

Pai Ifá.



Àjàlá mo rí mo rí mo yo

Álá forí kòn

E àgó fi rí mi



Ajalá fez o meu ori ( minha cabeça ),

me germinou e fez crescer,alá que segura

e mantém a minha cabeça.



Bée orí kò kíì Àjàlá

Bàbá òkè kí a mò rè

Kíì Àjàlá bée orí kò



Assim não há ori ( cabeça ) que não saúde Ajalá.

O Pai que está no topo, nós o conhecemos e saudamos.

Ajalá , não há ori que não o faça.



Ojó mò tyìn odó aláyé ojó

Ojó bí walé ojó

Ojó mò tyìn odó aláyé ojó

A bo wa Bàbá ó



Chefe do dia que entende o dia

e tem pilão.

O que nasce em nossa casa,

vamos cultuar o nosso pai.

ÒRISÁ AGANJU




Os mitos o descrevem como “O Gigante entre os Òrìsà. Seria filho de Oro Iná. Divindade, que em algumas regiões, é considerada como uma divindade masculina e em outras, como feminina, e que habita as câmaras de magmas, situadas no interior da crosta terrestre.

Os antigos o descrevem como “O Temível entre todos”.

Divindade de caráter forte, tempestuoso, colérico e belicoso.

As forças da natureza que lhe pertencem são representações de sua tremenda energia, como a potência dos rios que divide territórios, a lava vulcânica que percorre a crosta terrestre, os terremotos e o impulso que faz a Terra girar em torno de seu eixo.

Recebe o título de Òkèrè ao tornar-se esposo de Yemoja.

Aganjú representa os raios solares, Olókun as águas salgadas e Olósa as águas doces, celebram um pacto entre eles, em manter o equilíbrio da atmosfera do planeta, afim de que seja possível o ciclo vital de todos os seres.

Aganjú foi o quarto Aláàfin Óyó, embora existam mitos que o descreve, tendo reinado em Sakí, cidade vizinha de Ìséyìn, noroeste de Òyó.

O reinado de Aganjú foi longo e próspero. Tinha o dom de domar animais selvagens e serpentes venenosas.

Dentro de seu palácio, mantinha um Ekún – Leopardo, seu animal de estimação, sobretudo um símbolo de coragem, que costumava encostar seus pés, como se fosse uma esteira, daí recebendo o epíteto de Ekùn Olóju Iná – Leopardo dos olhos de fogo e Ekún f'eninjú tànná – Leopardo de olhos fulgurantes.


Aganyú é o símbolo de todas as forças terrestres, principalmente o núcleo da terra, o deserto e o vulcão. Ele representa uma força brutal e regeneradora, que é responsável por todas as turbulências cataclísmicas que muda a face da terra. A Lava vulcânica é vista como seu hálito de fogo e seu poder faz a terra girar sobre seu eixo.

Aganyú é retratado como o pai de Xangô, em alguns itans, ou um irmão de Xangô, em outros.

O seu domínio principal é o deserto. Fornece acesso a todas e inexploradas zonas inacessíveis: deserto de montanhas, florestas, Ártico, Antártico, grutas, cavernas, abismos, minas, etc

Grande parte do conhecimento relacionado com o orixá acabou perdido.

Em Cuba, Aganju adquiriu mais popularidade como um orixá no início do século XX. Como resultado do estado obscuro de seu culto, seus Omo são frequentemente iniciados através de Xangô ou Oxum.

Aganju é encontrado nas profundezas do oceano, nas profundezas do espaço, e no poder inexplorado da compreensão da mente humana.

Aganju é o guardião da passagem, através do qual, profundidades inexplicáveis da emoção humana são vivenciadas e expressadas. Estados dolorosos, estúpido, irracional, incapacitante, paralisante, são o reino do Aganju.

É através de Aganju que aprendemos a superar nossos medos. Através dele aprendemos a canalizar e redirecionar nossas emoções.

As riquezas minerais das minas terrestres e a mineração de todos os tipos, pertencem a Aganju (mas é através da tecnologia de Ogun que a humanidade pode acessá-lo e obtê-lo).

Aganju é a força que impulsiona os exploradores, inventores e cientistas.

Aganju é tanto celeste como terrestre. Os rios (acima e abaixo do solo, em cavernas), estão sob a custódia do Aganju.

“Aganju é o navegador cósmico, o homem do barco celeste, ou seja, a superação de obstáculos é creditado à personalidade de Aganju “.

Na mesma lenda em que diz que Sango não sabia que Aganju era seu pai, também menciona que Aganju não sabia que Sango era seu filho. Quando Sango descobriu quem era seu pai, foi até Aganju e disse: "Tu és meu pai." Aganju negou, mas Sango persistiu, irritando Aganju. Aganju atinge Sango e o atira em um incêndio. Quando Sango sai ileso e sem medo, Aganju percebe, sem mais nenhuma dúvida, que Sango é realmente seu filho, e o aceita, sem mais exitação.

ÒRISÁ ODUDUÁ OU ODUDUWA




Orixá Odudua ou Oduduwa orixá da linhagem dos Orixás funfun (Oxála, Obatalá, Ajalaori, etc…), conta-se na lenda que:

No princípio de tudo, no começo da existência, quando não havia separação entre Céu e Terra, dois Orixás viviam juntos dentro de uma cabaça, mas só que eles viviam extremamente apertados um contra o outro, Orixá Odudua embaixo e Orixá Obatalá em cima. Os dois tinham 7 anéis que pertenciam aos 2 Orixás. A noite eles pegavam os anéis e colocavam seus anéis. Só que na hora de ver com quem ia ficar a maior parte dos anéis (4 para um e 3 para o outro). Aquele que dormisse por cima Ficaria com quatro anéis e o que ficasse por baixo ficaria com os 3 anéis.

Chegando um belo o Orixá Odudua (Oduduwa), deusa da terra, queria dormir por cima para poder usar os quatro anéis que Obatalá sempre usava. Obatalá muito egoísta, o deus do Céu, não aceitou. Tal foi a luta que cemeçou entre os dois Orixas. A briga foi tamanha lá dentro que a cabaça acabou por ser romper e quebrar a cabaça em duas metades. A parte de baixo da cabaça, com Orixá Odudua (Oduduwa), permaneceu embaixo, enquanto a parte superior, com Obatala ficou em cima, separando-se assim o Céu da Terra.

No começo da existência, bem no começo de tudo, Obatalá, deus do Céu, e Odudua, Deusa da Terra, viviam juntos. O desentendimento e a briga pelos anéis os separou e separou o Céu da Terra. (Fonte da lenda retirada do Livro Mitologia dos Orixás) Reginaldo Prandi.

Leia também a Lenda do Orixá:

Orixá Obatalá (Pai dono do Céu)

Orixá Oxalá (Pai dono do Alá)

Orixá Ajalaori ou Ajalaode (pai modelador de todas as cabeças)

Orixá Oxaguian ou Oxoguiã (O comedor de Inhame, que não tinha cabeça)

A UNIÃO DE OBATALA E ODÙDÚÀ



Da união de Obatalá, o céu, com sua esposa Odùdúà, a terra, nasceram dois filhos: Aganju, a terra firme, e Iyemonjá, as águas. Da união com Aganju, Iemanjá deu à luz a Orungã, o ar, o espaço entre a terra e o céu. Mas Orungã cresce e se apaixona pela linda e sensual deusa das águas , E comete incesto contra Iyemonja unindo os dois, ele o ar e ela a água. Mas, aflita, Iemanjá um dia se desprende dos braços de Orungan e foge alucinada, desprezando a continuidade daquela pratica abusiva e proibida. Orungã então a persegue, mas, prestes a alcançá-la, Iemanjá cai. O corpo então cresce e, dos seus seios fartos, nascem dois rios que adiante se reúnem, constituindo uma lagoa. Do seu ventre fértil que se rompe, nascem: Dadá Ajacá, orixá dos vegetais; Xangô, deus do trovão; Ogum, deus do ferro e da guerra; Olokum, deus do mar; Olosá, deusa dos lagos; Oyá, deusa dos ventos e da tempestade; Oxum, deusa das águas doces do rio Oxum; Obá, deusa do rio Obá; Okô, orixá da agricultura; Okê, deus das montanhas; Oxóssi, deus das matas e dos caçadores; Ajê Xaluga, deusa da riqueza; Xapanã, orixá da varíola e da saúde; Orum, o sol; e Oxú, a lua.
Boa leitura.

ÒRISÁ BAIÂNI





Baiâni (do iorubá Báyànni, nome dado à sua coroa de búzios peculiar), Dadá ("de cabelos anelados", em iorubá) ou Ajacá (Ajaka, nome próprio) é um orixá, filho de Oraniã (Òrànmíyàn, em iorubá), meio-irmão mais velho de Xangô e de Xapanã (Ṣànpònná, em iorubá).
Segundo a tradição, Dadá Ajacá ("Ajacá dos cabelos encaracolados") foi alafin de Oyó antes de Xangô. Soberano calmo e pacífico, que amava a beleza e a arte, aceitava a vassalagem ao reino vizinho de Owu e deixou a política militar ao meio-irmão Xangô, que então reinava como obá (rei vassalo) em Kossô. Xangô fez grandes conquistas, derrotou o olowu (soberano de Owu), estendeu o domínio de Oyó sobre os iorubás e acabou por depor o irmão.

Dadá Ajacá exilou-se como obá de Igboho durante os sete anos de reinado de seu meio-irmão, passando a usar a característica coroa de cauris (búzios) que, ao contrário da usada pelo alafim (Ade Aláàfin), não chega a tapar os olhos, sinal de sua condição de soberano menor ou vassalo. Voltou a reinar em Oyó depois da queda de Xangô, mostrando-se então enérgico, valente e guerreiro. Voltou-se contra os parentes da família materna de Xangô e atacou os tapas, seus aliados, sem grande sucesso.

No Brasil é chamado de Baiâni ou Dadá Ajacá e cultuado no Terreiro de Gantois. Sua festa, no domingo anterior ao 1º Domingo do Advento (que é o domingo mais próximo de 30 de novembro), marca o fim do ano ritual do candomblé nagô, assim como, na mesma data, a festa de Cristo Rei marca o fim do calendário litúrgico católico e do ano eclesiástico.

No Gantois, Dadá Ajacá é representado por uma coroa de búzios chamada Adê de Baiâni, enfeitada de búzios com diversas tiras pendentes. É cultuado com um ritmo forte e cadenciado chamado batá.

Alguns outros terreiros o consideram uma "qualidade" de Xangô, chamada Xangô Bane ou Xangô Bâni. Outros consideram Baiâni como uma personagem completamente diferente de Dadá Ajacá, uma mulher que é mãe ou irmã mais velha de Xangô e foi regente de Oyó depois de Dadá Ajacá.

Referências Editar
Pierre Fatumbi Verger, Lendas Africanas dos Orixás, São Paulo: Corrupio, 1997.

"LENDA DO NOBRE ÒRISÁ OSOGUIÃ"AJAGUNÃ"




Ajagunã nasceu de Obatalá. Só de Obatalá. Nasceu num igbim, num caramujo. Logo que nasceu, Ajagunã se revoltou. Ajagunã não tinha ori, não tinha cabeça e andava pela vida sem destino certo.Um dia, quase louco, encontrou Ori na estrada e Ori fez para Ajagunã uma cabeça branca. Era de inhame pilado sua cabeça. Mas a cabeça de inhame esquentava muito e Ajagunã sofria torturantes dores de cabeça.De outra feita, lá ia pela estrada Ajagunã padecendo de seus males, quando se encontrou com Iku, a Morte. Iku se pôs a dançar para Ajagunã e se ofereceu para dar a ele outro ori.Oxaguiã, com medo, recusou prontamente, mas era tão insuportável o calor que ele sentia que não pôde recusar por muito tempo a oferta. Iku prometeu-lhe um ori negro. Iku ofereceu-lhe um ori frio. Ele aceitou.A sorte de Ajagunã contudo não mudou. Era fria e dolorida essa cabeça negra. Mas pior era o terror que não o abandonava de sentir-se perseguido por mil sombras. Eram as sombras da morte em sua cabeça fria.Então surgiu Ogum e deu sua espada a Ajagunã. E com a espada ele afugentou a Morte e as suas sombras. Ogum fez o que pôde para socorrer o amigo, com a faca retirando o ori frio grudado no ori quente. Na operação de Ogum as duas cabeças se fundiram e o ori de Oxaguiã ficou azulado, um novo ori nem muito quente, nem muito frio.Uma cabeça quente não funciona bem. Uma cabeça fria também não. Foi o que se aprendeu com a aventura de Ajagunã. Finalmente, a vida de Ajagunã se normalizou. Com a ajuda de Ogum, mais uma vez, o orixá aprendeu todas as artes bélicas e assim venceu na vida muitas batalhas e guerras.Hoje o seu nome, como o nome de Ogum, é relembrado entre os dos mais destemidos generais. E foi assim que Oxaguiã foi chamado Ajagunã, título do mais valente entre todos os guerreiros.
Lenda 279 do Livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi
Na foto, Oxaguian Ajagunã em sua dança tradicional e mítica, em uma de suas festividades anuais no Ilê Babá Omin.

ÒRISÁ JAGUN





Ajágun é uma palavra Yorubá, e possui o significado de Guerreiro, Soldado.

Jagun é um Òrìşà ambicioso, luta para conquistar posição alta sem ver de que maneira… Apesar de ser Òrìşà Funfun (branco), é considerado e cultuado como Santo de Guerra, “santo quente”, carrega uma lança prateada (Ọ̀kọ̀) na mão e um facão ou adaga na outra, e muitas das vezes dependendo do caminho de Jagun ele usa até um ofá nas mãos, pois conta se um itan que Òşàlà o nomeia como o guerreiro de todas as armas veste-se somente de branco.

Jágun é Òrìşà jovem, quase chega ser um menino adolescente de Ọbàtálá. Ligado a Ọbàtálá (Rei do pano branco), tem caminhos com Ògún Já, Oşoguian – Ajagunãn, e Ayrá. Têm caminhos também com Yèmọnja e quase todas as Yabás, pois elas acalmam sua fúria.

Quem traz Jágun ao barracão é Oşoguian. Ele é considerado o “protetor” e “guardião” de Oşàlúfọ́n. Por ser considerado Òrìşà Funfun (branco) não leva azeite de dendê, e sim azeite doce, banha de ori, adin e as vezes mel e de preferência a banha de Ori, suas comidas são todas brancas, aceita pipocas feitas na areia, bolas de inhame cozido, bolas de arroz, acaçá, obí funfun (claro), come também do Ebô (canjica) de Òşàlà, assim como seus bichos também devem ser todos brancos, por ser ligado ao rei do pano branco (Ọbàtálá). Jágun dança com outros Orixás, acompanha na dança; Ògún e principalmente Oşoguian e Oşàlúfọ́n. A dança de Jágun é extremamente guerreira, começa com movimentos lentos, dança empunhando sua lança e adaga, seu momento de “êxtase” é quando salta e se sacode todo empunhando a lança de um lado para outro, tamanha é sua fúria guerreira nessa hora. Segundo as lendas, a lança prateada de Jágun, durante as batalhas e guerras, além de ser usada para proteção contra os males e feitiçarias e abrir os caminhos, deixava seus inimigos cegos após serem feridos por ela. Jagun, assim como Ògún, é um grande caçador, e por sinal foi ele quem ensinou seu irmão Ọ̀ṣọ́ọ̀si a caçar. Ele não deixa também de ser um guerreiro, assim é Jagun, um grande guerreiro, mas também um grande caçador. E algumas de suas cantigas relatam isso.

Conta o itan de Ogi-Ogbé/Okaran que existiam três irmãos: Já, Jágun e Ajagunãn. Eram três Guerreiros que pertenciam aos exércitos de Ọbàtálá, lutavam e venciam todas as guerras e batalhas em nome de Òşàlà e eram os Guardiões deste Òrìşà. Eram chamados de Guerreiros Brancos, por se vestirem somente com trajes brancos em homenagem a Ọbàtálá. Eram considerados invencíveis por sua bravura e coragem, nunca perderam uma batalha sequer. Sempre muito unidos, nunca se separavam. Mas um belo dia, os três irmãos guerreiros, foram guerrear contra a cidade de Ọ̀şun. Ọ̀şun com a grande sabedoria dos poderes de Ya mi, foi avisada que seu reino seria atacado. Ọ̀şun ficou desesperada e foi até Ifá para saber o que faria. Orumila mandou fazer um ebó, sacrificar oito Igbis a Òşàlà e com o casco fizesse um pó e soprasse nas terras de Oṣogbo. Assim Ọ̀şun fez, quando os guerreiros chegaram para invadirem as terras, eles ficaram tontos e se perderam um do outro. Aí que Jagun foi para as terras de Omolú, Já para as terras de Ifé Ògún, e Ajagunã para as terras de Oşoguian. Mas mesmo assim, os três irmãos sempre estão juntos, respondem um pelo outro, eles continuam a serem Guerreiros Brancos, ou seja, são considerados Orixás Funfun, e sempre ligados a Ọbàtálá, seus caminhos se cruzam… os três irmãos Guerreiros continuam nas batalhas, sempre guerreando pela Paz. Deram essa característica guerreira aos seus filhos. É por isso que o culto a Jagun foi assimilado ao de Omolú, sendo que depois disso conta o Itan que ele viveu alguns anos nas terras de Omolú e que lá encontrou uma linda mulher que também não era das terras, mas estava lá por outros motivos, e se apaixonou por ela, tiveram filhos e se amam até hoje, e essa linda mulher era Iyewa. Lá, ele se juntou com o Òrìşà Osayn e passou a ser um grande curandeiro, e em tempos de guerra ele cuidava dos guerreiros feridos com as porções e ervas mágicas que Osayn o ensinou. Jagun teve uma trajetória muito grande e bonita nas terras de Omolú, mas depois de anos retornou as terras do Ekiti-Efon, onde Ọ̀şun era rainha e Osagyan grande guerreiro e protetor do palácio e cidade de Ọ̀şun. Conta-se também que Jagun foi às terras de Oṣogbo, para destruir a cidade e buscar Ọ̀şun, pois Ọ̀şun tinha sua cidade onde era rainha Ekiti Efon, então por ordem de Olooke ele foi buscá-la. Depois de isso tudo ter acontecido, Jagun viveu anos nas terras de Omolu, Oşoguian trouxe Ọ̀şun de volta para Ekiti-Efon, por isso muitos acabaram se equivocando ao falar que foi Oşoguian quem deu as terras de Ekiti para Ọ̀şun, mas não foi isso que aconteceu, ele apenas trouxe Ọ̀şun de volta a terra onde ela nasceu e era dona junto com Olooke seu pai. Òrìşà Olooke vendo o prejuízo que Jagun teve e o tempo que ficou em outras terras, por causa de seu pedido de buscar Ọ̀şun, intitulou Jagun Olu (Guerreiro senhor), para retribuir o tempo que Jagun ficou afastado de sua terra que tanto amava (Ekiti). Òrìşà Jagun foi muito confundido com o culto à Omolu e Obaluaye, e foi por esse motivo que muitos de seus fundamentos se perderam, mas graças a Olorum, está sendo resgatado todos os preceitos e orôs. Jagun possui caminhos próprios, como Jagun Odé, Arawe, Agaba e outros….Jagun é um lindo Òrìşà de grande valor e na verdade seu culto é separado de Obaluaye….

Características

Fio de Contas Usa contas brancas rajadas de preto e dependendo da qualidade, intercalada com contas brancas, gosta também de contas feitas de búzios e marfim.
Instrumento Ọ̀kọ̀ - Lança, Gbada - facão
Odu Ejionilê



Qualidades

Jagun Elewé - Ligado a família Unjí, esse caminho é o caminho que Jagun passou nas terras de Sapata e encontrou Orisá Ọ̀sónyìn e aprendeu a magia da cura e das folhas.Caminha com Ọ̀sónyìn.Sua ferramenta é um opere Ọ̀sónyìn prateado mas sem as folhas Faz Oro com Ọ̀sónyìn e ligado a Erinlé e Ògún Já.Nesse caminho ele é muito guerreiro e ligado a cura e os mistérios de magia de Ìyámi Oṣoronga.
Jagun Alagba ou Jagun Abagba - Esse caminho de Jagun é muito melindroso,pois ele tem muita ligação com Ìyámi e Baba Egun.Pessoas desse caminho pelo menos tem que se tomar Bori ou Obi com Ejé dois vezes no ano.È um caminho muito quente,tem ligação com Iyewa pois ele foi sua esposa e é bom arruma todas as Iyabás para acalmá-lo,alias todos os caminho é bom serca com muito Orisá Omi e Òşàlà.Esse caminho é Ligado a Ajagunã e Já.Ele leva uma mão de pilão nas costas e mora no quarto de Orinssala ou em um quarto com Ajagunã/Betiode ou Betioco dependendo do Odu da pessoa e Já.Para mexer com esse Orisa independente de caminho tem que tratar bem de Ìyámi, Egun e Esú. Esse caminho de Jagun usa três ikeles um de Buzios,um de conta e outro de Branco de Osala.
Jagun Odé Ou Jagun Olodé - Ligado aos Odés.Inclusive mora no quarto dos Odés.Ligado a Ògún e Ọ̀ṣọ́ọ̀si.Ele usa um Ofá prateado.Faz Orô com Ọ̀ṣọ́ọ̀si e Ògún Já. Mas se arruma: Ọ̀ṣọ́ọ̀si,Otin e Logun Edé, Erinlé,Iya Otin ,Ajagunan Betiodé e Ògún..Ou seja ele é ligado a todos os Odés e mais ele sai também no abado de Ọ̀ṣọ́ọ̀si e nos mariows de Ògún.
Jagun Igbona - Ligaçao com Ayrá,nessa fase Jagun era lento como um igbí,que por isso Ayrá esquentou o casco do igbí para esquentalo E por isso nessa fase de Jagun é muito quente por se ligado aos Orisás do fogo.Ayrá e Oyá.
Jagun Agbá funfun - Ligado a Oşàlúfọ́n, Yèmọnja e Oşoguian. Esse caminho tem que fazer bastante oro a Ayrá pois ele é guerreiro mais é bem lento ....
Jagun Ajojí ou Jagun Seji Lonan - Ligado a Ògún, muito sanguinário. Ele é muito quente e guerreiro,nessa fazer Jagun usa mario ou abre caminho mara acalmá-lo.Faz orô com Ògún,esse caminho leva um ikele e umbigueira de ferro.Ligado a Esú Ona também..
Jagun Aisan - Esse caminho de Jagun é totalmente Fêmea ou seja Iyabá,esse caminho ele se cobre de palha ou mario.quase não se faz mais.Assim conta -se o itan que ele nesse caminho seria fêmea.E por mais um motivo que muitas pessoas confundirão Jagun c/ Obalúwaìye por esse caminho usar palha.Esse caminho só se arruma não se faz em Ori.