Oxalá encabeça a família dos orixás funfun, os orixás brancos, que usam o ẹfun (giz branco) para enfeitar o corpo, dos quais há 154, segundo Pierre Verger, que cita os seguintes:
Òrìşá Olufọn ajígúnà koari, “aquele que grita quando acorda”;
Òrìşá Ògiyán Ewúléèjìgbò, “Senhor de Ejigbô”;
Òrìşá Ọbaníjìta;
Òrìşá Àkirè ou Ìkirè, um valente guerreiro muito rico que transforma em surdo-mudo aquele que o negligencia;
Òrìşá Ẹtẹko Ọba Dugbe, outro guerreiro muito ligado a Òrìşànlá;
Òrìşá Aláşẹ ou Olúorogbo, que salvou o mundo fazendo chover num período de seca
Òrìşá Olójo;
Òrìşá Àrówú;
Òrìşá Oníkì;
Òrìşá Onírinjà;
Òrìşá Ajagẹmọ, para o qual, durante sua festa anual em Ẹdẹ, dança-se e representa-se com mímicas um combate entre ele e Olunwi, no qual este último sai vencedor e aprisiona seu adversário. Mas tarde Òrìşá Ajagẹmọ é libertado e volta triunfante para seu templo. Ulli Beier sugere que nesta representação poderia haver uma espécie de reconstituição da conquista do reino Igbô por Odùduà, da derrota de Orixalá no plano temporal e de sua vitória final no plano espiritual.
Òrìşá Jayé em Jayé;
Òrìşá Ròwu em Owu;
Òrìşá Ọlọbà em Obá;
Òrìşá Olúọfin em Iwọfin;
Òrìşáko em Oko;
Òrìşá Eguin em Owú.
A todos esses orixás funfun são feitas oferendas de alimentos brancos, como pasta de inhame, milho, caracóis e limo da costa. O vinho, o azeite de dendê e o sal são as principais interdições. As pessoas que lhes são consagradas devem sempre vestir-se de branco, usar colares da mesma cor e pulseiras de estanho, chumbo ou marfim. A rigor, deveriam ser os únicos a serem chamados orixás, sendo os outros designados pelos próprios nomes ou então, sob a denominação mais geral de ebora para os deuses masculinos. O termo imọlẹ abrangeria o conjunto dos deuses iorubás. O ritual de adoração de todos os orixás funfun é tão semelhante que, em alguns casos, é difícil saber se se trata de divindades distintas ou de nomes e manifestações diferentes de Oxalá.
Segundo a tradição, Òòsàálá desfruta de situação de Òrìsà máximo. Chama-se também Obàtálá, que significa "Rei Maior". Deus o teria criado antes de todos os outros e lhe teria dado o poder de auxiliar na criação dos seres humanos.
Enquanto Deus faria os corpos brutos, Òòsàálá faria os olhos, os narizes, as orelhas e outras partes dos corpos. É também chamado de "Ate-re-re-kaiye, Olódùnmarè".
Os Yorùbás rezam para que Òòsàálá favoreça as mulheres grávidas e, para agradá-lo, entoam canções especialmente em sua honra:
"Eni s'oju s'emu (A pessoa que fez olho e nariz)
Òrìsà ni maa sin (Òrìsà que vou cultuar)
Adani b'o ti ri (Criou a pessoa como ela é)
Òrìsà ni maa sin (Òrìsà que vou cultuar)
Eni ran mi w'aiye (A pessoa que me mandou para o mundo)
Òrìsà ni maa sin (Òrìsà que vou cultuar)
Òòsàálá não gosta de azeite-de-dendê, osùn, e de qualquer coisa vermelha. Seus sacerdotes e cultuadores usam roupa branca no dia de sua festa. As cultuadoras também usam turbantes e contas brancas. O Òrìsà, aliás, exige, tradicionalmente, não apenas alvuira na vestimenta mas também retidão nas pessoas.
A comida típica do Òrìsà é o pirão de inhame (isu) e molho feito de uma substância chamada Banha de Orí e caracol (Ìgbín) branco.
Coloca-se diariamente àgua de nascente em seu santuário, pintado com efun. A portadora da àgua deve necessáriamente ser uma moça virgem ou uma senhora que já não mantém mais relações sexuais. Ao trazer a àgua, a portadora vem tocando agogô, a fim de alertar a população da sua chegada. Durante o percurso ela não pode falar e ninguém deve lhe dirigir a palavra.
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
OSOGUIÃ
Filho de Oxalufon, é jovem,guerreiro e não perde uma oportunidade de lutar contra Omolú e xangô. É o único que tem autorização de enfeitar seus colares brancos com as pedras azuis, chamadas de seguy, e suas roupas brancas podem,ás vezes, levar uma franja vermelha. Está ligado ao culto de Yroko e dos espíritos, assim como a fertilidade e ao culto dos inhames. È pai de Oxossi Inlé, come com Ogun já, Oxossi Inlé, Ayrá, Exú, Oyá e Onira. Tem fundamento com Oyá. Vem pelos caminhos de Onira. Tem ligação com Exú. Seus filhos devem evitar brigas, confusões e mentiras, principalmente não devem enganar a Ogún ou a seus filhos, pois será castigado sem dó. Não devem comer ovo frito para não esquentar o Orixá, cachaça, sal e dendê. É um Orixá muito perigoso.
Oríkì à Osàlà
Obanla o rin n'eru ojikutu s'eru. Obà n'ille Ifon alabalase oba patapata n'ille iranje. O yo kelekele o ta mi l'ore. O gba a giri l'owo osika. O fi l'emi asoto l'owo. Oba igbo oluwaiye re e o ke bi owu la. O yi ala. Osun l'ala o fi koko ala rumo. Obà igbo.
Tradução
Rei das roupas brancas que nunca teme a aproximação da morte. Pai do Paraíso eterno dirigente das gerações. Gentilmente alivia o fardo de meus amigos. Dê-me o poder de manifestar a abundância. Revela o mistério da abundância. Pai do bosque sagrado, dono de todas as benções que aumentam minha sabedoria. Eu me faço como as Roupas Brancas. Protetor das roupas brancas eu o saúdo. Pai do Bosque Sagrado.
Oríkì à Osàlà
Kí Òrìsà-nlá Olú àtélesé, a gbénon dídùn là. Ní Ibodè Yìí, Kò Sí Òsán, Bèéni Kò Sí Òru. Kò Sí Òtútù, Bèéni Kò Sí Ooru. Ohun Àsírií Kan Kò Sí Ní Ibodè Yìí. Ohun Gbogbo Dúró Kedere Nínu Ìmólè Olóòrun. Àyànmó Kò Gbó Oògùn. Àkúnlèyàn Òun Ní Àdáyébá. Àdáyébá Ni Àdáyé Se.
Tradução
Que o Grande Òrìsà, Senhor da sola dos pés, guie-nos aos benefícios da riqueza! Aqui é a porta do Céu, nela pode-se entrar de dia e de noite. Nela não há frio, e também não há calor. Aqui, na porta do Céu, nada é segredo. E nela todas as coisas permanecerão claras diante da luz de Deus. Que o destino não nos faça usar remédios. Que as pessoas adorem de joelhos as coisas do Céu, para encontrar coisas boas na Terra. Que as coisas boas sejam sempre encontradas na Terra.
Oríkì fún Òòsààlà
Obanla o rin n'eru ojikutu s'eru. Obà n'ille Ifon alabalase oba patapata n'ille iranje. O yo kelekele o ta mi l'ore. O gba a giri l'owo osika. O fi l'emi asoto l'owo. Oba igbo oluwaiye re e o ke bi owu la. O yi ala. Osun l'ala o fi koko ala rumo. Obà igbo.
Kí Òrìsà-nlá Olú àtélesé, a gbénon dídùn là. Ní Ibodè Yìí, Kò Sí Òsán, Bèéni Kò Sí Òru. Kò Sí Òtútù, Bèéni Kò Sí Ooru. Ohun Àsírií Kan Kò Sí Ní Ibodè Yìí. Ohun Gbogbo Dúró Kedere Nínu Ìmólè Olóòrun. Àyànmó Kò Gbó Oògùn. Àkúnlèyàn Òun Ní Àdáyébá. Àdáyébá Ni Àdáyé Se.
Oríkì para Òòsààlà
Rei das roupas brancas que nunca teme a aproximação da morte. Pai do Paraíso eterno dirigente das gerações. Gentilmente alivia o fardo de meus amigos. Dê-me o poder de manifestar a abundância. Revela o mistério da abundância. Pai do bosque sagrado, dono de todas as benções que aumentam minha sabedoria. Eu me faço como as Roupas Brancas. Protetor das roupas brancas eu o saúdo. Pai do Bosque Sagrado.
Que o Grande Òrìsà, Senhor da sola dos pés, guie-nos aos benefícios da riqueza! Aqui é a porta do Céu, nela pode-se entrar de dia e de noite. Nela não há frio, e também não há calor. Aqui, na porta do Céu, nada é segredo. E nela todas as coisas permanecerão claras diante da luz de Deus. Que o destino não nos faça usar remédios. Que as pessoas adorem de joelhos as coisas do Céu, para encontrar coisas boas na Terra. Que as coisas boas sejam sempre encontradas na Terra.
Orin Oxalá
Èyin rí àwa
ìgbàgbó wa okòn
Èyin rí àwa , ìgbàgbó wa okòn
Ètùtù sé ipadé siré
Kò rú lé, kò rú lé,
Bàbá Ifá
E sìn sé ipàde siré
Kò rú lé, kò rú lé,
Bàbá Ifá
Vós vedes a nós e a crença em nossos corações.
Vós vedes a nós e a crença em nossos corações.
Façais com que haja concórdia em nossa reunião
de xirê ( dançar e brincar para orixás )
Que não causeis confusão na casa,
Pai Ifá.
Vos cultuaremos em nossas reunião de xirê,
não causeis confusão em nossa casa,
Pai Ifá.
Àjàlá mo rí mo rí mo yo
Álá forí kòn
E àgó fi rí mi
Ajalá fez o meu ori ( minha cabeça ),
me germinou e fez crescer,alá que segura
e mantém a minha cabeça.
Bée orí kò kíì Àjàlá
Bàbá òkè kí a mò rè
Kíì Àjàlá bée orí kò
Assim não há ori ( cabeça ) que não saúde Ajalá.
O Pai que está no topo, nós o conhecemos e saudamos.
Ajalá , não há ori que não o faça.
Ojó mò tyìn odó aláyé ojó
Ojó bí walé ojó
Ojó mò tyìn odó aláyé ojó
A bo wa Bàbá ó
Chefe do dia que entende o dia
e tem pilão.
O que nasce em nossa casa,
vamos cultuar o nosso pai.
ÒRISÁ AGANJU
Os mitos o descrevem como “O Gigante entre os Òrìsà. Seria filho de Oro Iná. Divindade, que em algumas regiões, é considerada como uma divindade masculina e em outras, como feminina, e que habita as câmaras de magmas, situadas no interior da crosta terrestre.
Os antigos o descrevem como “O Temível entre todos”.
Divindade de caráter forte, tempestuoso, colérico e belicoso.
As forças da natureza que lhe pertencem são representações de sua tremenda energia, como a potência dos rios que divide territórios, a lava vulcânica que percorre a crosta terrestre, os terremotos e o impulso que faz a Terra girar em torno de seu eixo.
Recebe o título de Òkèrè ao tornar-se esposo de Yemoja.
Aganjú representa os raios solares, Olókun as águas salgadas e Olósa as águas doces, celebram um pacto entre eles, em manter o equilíbrio da atmosfera do planeta, afim de que seja possível o ciclo vital de todos os seres.
Aganjú foi o quarto Aláàfin Óyó, embora existam mitos que o descreve, tendo reinado em Sakí, cidade vizinha de Ìséyìn, noroeste de Òyó.
O reinado de Aganjú foi longo e próspero. Tinha o dom de domar animais selvagens e serpentes venenosas.
Dentro de seu palácio, mantinha um Ekún – Leopardo, seu animal de estimação, sobretudo um símbolo de coragem, que costumava encostar seus pés, como se fosse uma esteira, daí recebendo o epíteto de Ekùn Olóju Iná – Leopardo dos olhos de fogo e Ekún f'eninjú tànná – Leopardo de olhos fulgurantes.
Aganyú é o símbolo de todas as forças terrestres, principalmente o núcleo da terra, o deserto e o vulcão. Ele representa uma força brutal e regeneradora, que é responsável por todas as turbulências cataclísmicas que muda a face da terra. A Lava vulcânica é vista como seu hálito de fogo e seu poder faz a terra girar sobre seu eixo.
Aganyú é retratado como o pai de Xangô, em alguns itans, ou um irmão de Xangô, em outros.
O seu domínio principal é o deserto. Fornece acesso a todas e inexploradas zonas inacessíveis: deserto de montanhas, florestas, Ártico, Antártico, grutas, cavernas, abismos, minas, etc
Grande parte do conhecimento relacionado com o orixá acabou perdido.
Em Cuba, Aganju adquiriu mais popularidade como um orixá no início do século XX. Como resultado do estado obscuro de seu culto, seus Omo são frequentemente iniciados através de Xangô ou Oxum.
Aganju é encontrado nas profundezas do oceano, nas profundezas do espaço, e no poder inexplorado da compreensão da mente humana.
Aganju é o guardião da passagem, através do qual, profundidades inexplicáveis da emoção humana são vivenciadas e expressadas. Estados dolorosos, estúpido, irracional, incapacitante, paralisante, são o reino do Aganju.
É através de Aganju que aprendemos a superar nossos medos. Através dele aprendemos a canalizar e redirecionar nossas emoções.
As riquezas minerais das minas terrestres e a mineração de todos os tipos, pertencem a Aganju (mas é através da tecnologia de Ogun que a humanidade pode acessá-lo e obtê-lo).
Aganju é a força que impulsiona os exploradores, inventores e cientistas.
Aganju é tanto celeste como terrestre. Os rios (acima e abaixo do solo, em cavernas), estão sob a custódia do Aganju.
“Aganju é o navegador cósmico, o homem do barco celeste, ou seja, a superação de obstáculos é creditado à personalidade de Aganju “.
Na mesma lenda em que diz que Sango não sabia que Aganju era seu pai, também menciona que Aganju não sabia que Sango era seu filho. Quando Sango descobriu quem era seu pai, foi até Aganju e disse: "Tu és meu pai." Aganju negou, mas Sango persistiu, irritando Aganju. Aganju atinge Sango e o atira em um incêndio. Quando Sango sai ileso e sem medo, Aganju percebe, sem mais nenhuma dúvida, que Sango é realmente seu filho, e o aceita, sem mais exitação.
ÒRISÁ ODUDUÁ OU ODUDUWA
Orixá Odudua ou Oduduwa orixá da linhagem dos Orixás funfun (Oxála, Obatalá, Ajalaori, etc…), conta-se na lenda que:
No princípio de tudo, no começo da existência, quando não havia separação entre Céu e Terra, dois Orixás viviam juntos dentro de uma cabaça, mas só que eles viviam extremamente apertados um contra o outro, Orixá Odudua embaixo e Orixá Obatalá em cima. Os dois tinham 7 anéis que pertenciam aos 2 Orixás. A noite eles pegavam os anéis e colocavam seus anéis. Só que na hora de ver com quem ia ficar a maior parte dos anéis (4 para um e 3 para o outro). Aquele que dormisse por cima Ficaria com quatro anéis e o que ficasse por baixo ficaria com os 3 anéis.
Chegando um belo o Orixá Odudua (Oduduwa), deusa da terra, queria dormir por cima para poder usar os quatro anéis que Obatalá sempre usava. Obatalá muito egoísta, o deus do Céu, não aceitou. Tal foi a luta que cemeçou entre os dois Orixas. A briga foi tamanha lá dentro que a cabaça acabou por ser romper e quebrar a cabaça em duas metades. A parte de baixo da cabaça, com Orixá Odudua (Oduduwa), permaneceu embaixo, enquanto a parte superior, com Obatala ficou em cima, separando-se assim o Céu da Terra.
No começo da existência, bem no começo de tudo, Obatalá, deus do Céu, e Odudua, Deusa da Terra, viviam juntos. O desentendimento e a briga pelos anéis os separou e separou o Céu da Terra. (Fonte da lenda retirada do Livro Mitologia dos Orixás) Reginaldo Prandi.
Leia também a Lenda do Orixá:
Orixá Obatalá (Pai dono do Céu)
Orixá Oxalá (Pai dono do Alá)
Orixá Ajalaori ou Ajalaode (pai modelador de todas as cabeças)
Orixá Oxaguian ou Oxoguiã (O comedor de Inhame, que não tinha cabeça)
A UNIÃO DE OBATALA E ODÙDÚÀ
Da união de Obatalá, o céu, com sua esposa Odùdúà, a terra, nasceram dois filhos: Aganju, a terra firme, e Iyemonjá, as águas. Da união com Aganju, Iemanjá deu à luz a Orungã, o ar, o espaço entre a terra e o céu. Mas Orungã cresce e se apaixona pela linda e sensual deusa das águas , E comete incesto contra Iyemonja unindo os dois, ele o ar e ela a água. Mas, aflita, Iemanjá um dia se desprende dos braços de Orungan e foge alucinada, desprezando a continuidade daquela pratica abusiva e proibida. Orungã então a persegue, mas, prestes a alcançá-la, Iemanjá cai. O corpo então cresce e, dos seus seios fartos, nascem dois rios que adiante se reúnem, constituindo uma lagoa. Do seu ventre fértil que se rompe, nascem: Dadá Ajacá, orixá dos vegetais; Xangô, deus do trovão; Ogum, deus do ferro e da guerra; Olokum, deus do mar; Olosá, deusa dos lagos; Oyá, deusa dos ventos e da tempestade; Oxum, deusa das águas doces do rio Oxum; Obá, deusa do rio Obá; Okô, orixá da agricultura; Okê, deus das montanhas; Oxóssi, deus das matas e dos caçadores; Ajê Xaluga, deusa da riqueza; Xapanã, orixá da varíola e da saúde; Orum, o sol; e Oxú, a lua.
Boa leitura.
ÒRISÁ BAIÂNI
Baiâni (do iorubá Báyànni, nome dado à sua coroa de búzios peculiar), Dadá ("de cabelos anelados", em iorubá) ou Ajacá (Ajaka, nome próprio) é um orixá, filho de Oraniã (Òrànmíyàn, em iorubá), meio-irmão mais velho de Xangô e de Xapanã (Ṣànpònná, em iorubá).
Segundo a tradição, Dadá Ajacá ("Ajacá dos cabelos encaracolados") foi alafin de Oyó antes de Xangô. Soberano calmo e pacífico, que amava a beleza e a arte, aceitava a vassalagem ao reino vizinho de Owu e deixou a política militar ao meio-irmão Xangô, que então reinava como obá (rei vassalo) em Kossô. Xangô fez grandes conquistas, derrotou o olowu (soberano de Owu), estendeu o domínio de Oyó sobre os iorubás e acabou por depor o irmão.
Dadá Ajacá exilou-se como obá de Igboho durante os sete anos de reinado de seu meio-irmão, passando a usar a característica coroa de cauris (búzios) que, ao contrário da usada pelo alafim (Ade Aláàfin), não chega a tapar os olhos, sinal de sua condição de soberano menor ou vassalo. Voltou a reinar em Oyó depois da queda de Xangô, mostrando-se então enérgico, valente e guerreiro. Voltou-se contra os parentes da família materna de Xangô e atacou os tapas, seus aliados, sem grande sucesso.
No Brasil é chamado de Baiâni ou Dadá Ajacá e cultuado no Terreiro de Gantois. Sua festa, no domingo anterior ao 1º Domingo do Advento (que é o domingo mais próximo de 30 de novembro), marca o fim do ano ritual do candomblé nagô, assim como, na mesma data, a festa de Cristo Rei marca o fim do calendário litúrgico católico e do ano eclesiástico.
No Gantois, Dadá Ajacá é representado por uma coroa de búzios chamada Adê de Baiâni, enfeitada de búzios com diversas tiras pendentes. É cultuado com um ritmo forte e cadenciado chamado batá.
Alguns outros terreiros o consideram uma "qualidade" de Xangô, chamada Xangô Bane ou Xangô Bâni. Outros consideram Baiâni como uma personagem completamente diferente de Dadá Ajacá, uma mulher que é mãe ou irmã mais velha de Xangô e foi regente de Oyó depois de Dadá Ajacá.
Referências Editar
Pierre Fatumbi Verger, Lendas Africanas dos Orixás, São Paulo: Corrupio, 1997.
"LENDA DO NOBRE ÒRISÁ OSOGUIÃ"AJAGUNÃ"
Ajagunã nasceu de Obatalá. Só de Obatalá. Nasceu num igbim, num caramujo. Logo que nasceu, Ajagunã se revoltou. Ajagunã não tinha ori, não tinha cabeça e andava pela vida sem destino certo.Um dia, quase louco, encontrou Ori na estrada e Ori fez para Ajagunã uma cabeça branca. Era de inhame pilado sua cabeça. Mas a cabeça de inhame esquentava muito e Ajagunã sofria torturantes dores de cabeça.De outra feita, lá ia pela estrada Ajagunã padecendo de seus males, quando se encontrou com Iku, a Morte. Iku se pôs a dançar para Ajagunã e se ofereceu para dar a ele outro ori.Oxaguiã, com medo, recusou prontamente, mas era tão insuportável o calor que ele sentia que não pôde recusar por muito tempo a oferta. Iku prometeu-lhe um ori negro. Iku ofereceu-lhe um ori frio. Ele aceitou.A sorte de Ajagunã contudo não mudou. Era fria e dolorida essa cabeça negra. Mas pior era o terror que não o abandonava de sentir-se perseguido por mil sombras. Eram as sombras da morte em sua cabeça fria.Então surgiu Ogum e deu sua espada a Ajagunã. E com a espada ele afugentou a Morte e as suas sombras. Ogum fez o que pôde para socorrer o amigo, com a faca retirando o ori frio grudado no ori quente. Na operação de Ogum as duas cabeças se fundiram e o ori de Oxaguiã ficou azulado, um novo ori nem muito quente, nem muito frio.Uma cabeça quente não funciona bem. Uma cabeça fria também não. Foi o que se aprendeu com a aventura de Ajagunã. Finalmente, a vida de Ajagunã se normalizou. Com a ajuda de Ogum, mais uma vez, o orixá aprendeu todas as artes bélicas e assim venceu na vida muitas batalhas e guerras.Hoje o seu nome, como o nome de Ogum, é relembrado entre os dos mais destemidos generais. E foi assim que Oxaguiã foi chamado Ajagunã, título do mais valente entre todos os guerreiros.
Lenda 279 do Livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi
Na foto, Oxaguian Ajagunã em sua dança tradicional e mítica, em uma de suas festividades anuais no Ilê Babá Omin.
ÒRISÁ JAGUN
Ajágun é uma palavra Yorubá, e possui o significado de Guerreiro, Soldado.
Jagun é um Òrìşà ambicioso, luta para conquistar posição alta sem ver de que maneira… Apesar de ser Òrìşà Funfun (branco), é considerado e cultuado como Santo de Guerra, “santo quente”, carrega uma lança prateada (Ọ̀kọ̀) na mão e um facão ou adaga na outra, e muitas das vezes dependendo do caminho de Jagun ele usa até um ofá nas mãos, pois conta se um itan que Òşàlà o nomeia como o guerreiro de todas as armas veste-se somente de branco.
Jágun é Òrìşà jovem, quase chega ser um menino adolescente de Ọbàtálá. Ligado a Ọbàtálá (Rei do pano branco), tem caminhos com Ògún Já, Oşoguian – Ajagunãn, e Ayrá. Têm caminhos também com Yèmọnja e quase todas as Yabás, pois elas acalmam sua fúria.
Quem traz Jágun ao barracão é Oşoguian. Ele é considerado o “protetor” e “guardião” de Oşàlúfọ́n. Por ser considerado Òrìşà Funfun (branco) não leva azeite de dendê, e sim azeite doce, banha de ori, adin e as vezes mel e de preferência a banha de Ori, suas comidas são todas brancas, aceita pipocas feitas na areia, bolas de inhame cozido, bolas de arroz, acaçá, obí funfun (claro), come também do Ebô (canjica) de Òşàlà, assim como seus bichos também devem ser todos brancos, por ser ligado ao rei do pano branco (Ọbàtálá). Jágun dança com outros Orixás, acompanha na dança; Ògún e principalmente Oşoguian e Oşàlúfọ́n. A dança de Jágun é extremamente guerreira, começa com movimentos lentos, dança empunhando sua lança e adaga, seu momento de “êxtase” é quando salta e se sacode todo empunhando a lança de um lado para outro, tamanha é sua fúria guerreira nessa hora. Segundo as lendas, a lança prateada de Jágun, durante as batalhas e guerras, além de ser usada para proteção contra os males e feitiçarias e abrir os caminhos, deixava seus inimigos cegos após serem feridos por ela. Jagun, assim como Ògún, é um grande caçador, e por sinal foi ele quem ensinou seu irmão Ọ̀ṣọ́ọ̀si a caçar. Ele não deixa também de ser um guerreiro, assim é Jagun, um grande guerreiro, mas também um grande caçador. E algumas de suas cantigas relatam isso.
Conta o itan de Ogi-Ogbé/Okaran que existiam três irmãos: Já, Jágun e Ajagunãn. Eram três Guerreiros que pertenciam aos exércitos de Ọbàtálá, lutavam e venciam todas as guerras e batalhas em nome de Òşàlà e eram os Guardiões deste Òrìşà. Eram chamados de Guerreiros Brancos, por se vestirem somente com trajes brancos em homenagem a Ọbàtálá. Eram considerados invencíveis por sua bravura e coragem, nunca perderam uma batalha sequer. Sempre muito unidos, nunca se separavam. Mas um belo dia, os três irmãos guerreiros, foram guerrear contra a cidade de Ọ̀şun. Ọ̀şun com a grande sabedoria dos poderes de Ya mi, foi avisada que seu reino seria atacado. Ọ̀şun ficou desesperada e foi até Ifá para saber o que faria. Orumila mandou fazer um ebó, sacrificar oito Igbis a Òşàlà e com o casco fizesse um pó e soprasse nas terras de Oṣogbo. Assim Ọ̀şun fez, quando os guerreiros chegaram para invadirem as terras, eles ficaram tontos e se perderam um do outro. Aí que Jagun foi para as terras de Omolú, Já para as terras de Ifé Ògún, e Ajagunã para as terras de Oşoguian. Mas mesmo assim, os três irmãos sempre estão juntos, respondem um pelo outro, eles continuam a serem Guerreiros Brancos, ou seja, são considerados Orixás Funfun, e sempre ligados a Ọbàtálá, seus caminhos se cruzam… os três irmãos Guerreiros continuam nas batalhas, sempre guerreando pela Paz. Deram essa característica guerreira aos seus filhos. É por isso que o culto a Jagun foi assimilado ao de Omolú, sendo que depois disso conta o Itan que ele viveu alguns anos nas terras de Omolú e que lá encontrou uma linda mulher que também não era das terras, mas estava lá por outros motivos, e se apaixonou por ela, tiveram filhos e se amam até hoje, e essa linda mulher era Iyewa. Lá, ele se juntou com o Òrìşà Osayn e passou a ser um grande curandeiro, e em tempos de guerra ele cuidava dos guerreiros feridos com as porções e ervas mágicas que Osayn o ensinou. Jagun teve uma trajetória muito grande e bonita nas terras de Omolú, mas depois de anos retornou as terras do Ekiti-Efon, onde Ọ̀şun era rainha e Osagyan grande guerreiro e protetor do palácio e cidade de Ọ̀şun. Conta-se também que Jagun foi às terras de Oṣogbo, para destruir a cidade e buscar Ọ̀şun, pois Ọ̀şun tinha sua cidade onde era rainha Ekiti Efon, então por ordem de Olooke ele foi buscá-la. Depois de isso tudo ter acontecido, Jagun viveu anos nas terras de Omolu, Oşoguian trouxe Ọ̀şun de volta para Ekiti-Efon, por isso muitos acabaram se equivocando ao falar que foi Oşoguian quem deu as terras de Ekiti para Ọ̀şun, mas não foi isso que aconteceu, ele apenas trouxe Ọ̀şun de volta a terra onde ela nasceu e era dona junto com Olooke seu pai. Òrìşà Olooke vendo o prejuízo que Jagun teve e o tempo que ficou em outras terras, por causa de seu pedido de buscar Ọ̀şun, intitulou Jagun Olu (Guerreiro senhor), para retribuir o tempo que Jagun ficou afastado de sua terra que tanto amava (Ekiti). Òrìşà Jagun foi muito confundido com o culto à Omolu e Obaluaye, e foi por esse motivo que muitos de seus fundamentos se perderam, mas graças a Olorum, está sendo resgatado todos os preceitos e orôs. Jagun possui caminhos próprios, como Jagun Odé, Arawe, Agaba e outros….Jagun é um lindo Òrìşà de grande valor e na verdade seu culto é separado de Obaluaye….
Características
Fio de Contas Usa contas brancas rajadas de preto e dependendo da qualidade, intercalada com contas brancas, gosta também de contas feitas de búzios e marfim.
Instrumento Ọ̀kọ̀ - Lança, Gbada - facão
Odu Ejionilê
Qualidades
Jagun Elewé - Ligado a família Unjí, esse caminho é o caminho que Jagun passou nas terras de Sapata e encontrou Orisá Ọ̀sónyìn e aprendeu a magia da cura e das folhas.Caminha com Ọ̀sónyìn.Sua ferramenta é um opere Ọ̀sónyìn prateado mas sem as folhas Faz Oro com Ọ̀sónyìn e ligado a Erinlé e Ògún Já.Nesse caminho ele é muito guerreiro e ligado a cura e os mistérios de magia de Ìyámi Oṣoronga.
Jagun Alagba ou Jagun Abagba - Esse caminho de Jagun é muito melindroso,pois ele tem muita ligação com Ìyámi e Baba Egun.Pessoas desse caminho pelo menos tem que se tomar Bori ou Obi com Ejé dois vezes no ano.È um caminho muito quente,tem ligação com Iyewa pois ele foi sua esposa e é bom arruma todas as Iyabás para acalmá-lo,alias todos os caminho é bom serca com muito Orisá Omi e Òşàlà.Esse caminho é Ligado a Ajagunã e Já.Ele leva uma mão de pilão nas costas e mora no quarto de Orinssala ou em um quarto com Ajagunã/Betiode ou Betioco dependendo do Odu da pessoa e Já.Para mexer com esse Orisa independente de caminho tem que tratar bem de Ìyámi, Egun e Esú. Esse caminho de Jagun usa três ikeles um de Buzios,um de conta e outro de Branco de Osala.
Jagun Odé Ou Jagun Olodé - Ligado aos Odés.Inclusive mora no quarto dos Odés.Ligado a Ògún e Ọ̀ṣọ́ọ̀si.Ele usa um Ofá prateado.Faz Orô com Ọ̀ṣọ́ọ̀si e Ògún Já. Mas se arruma: Ọ̀ṣọ́ọ̀si,Otin e Logun Edé, Erinlé,Iya Otin ,Ajagunan Betiodé e Ògún..Ou seja ele é ligado a todos os Odés e mais ele sai também no abado de Ọ̀ṣọ́ọ̀si e nos mariows de Ògún.
Jagun Igbona - Ligaçao com Ayrá,nessa fase Jagun era lento como um igbí,que por isso Ayrá esquentou o casco do igbí para esquentalo E por isso nessa fase de Jagun é muito quente por se ligado aos Orisás do fogo.Ayrá e Oyá.
Jagun Agbá funfun - Ligado a Oşàlúfọ́n, Yèmọnja e Oşoguian. Esse caminho tem que fazer bastante oro a Ayrá pois ele é guerreiro mais é bem lento ....
Jagun Ajojí ou Jagun Seji Lonan - Ligado a Ògún, muito sanguinário. Ele é muito quente e guerreiro,nessa fazer Jagun usa mario ou abre caminho mara acalmá-lo.Faz orô com Ògún,esse caminho leva um ikele e umbigueira de ferro.Ligado a Esú Ona também..
Jagun Aisan - Esse caminho de Jagun é totalmente Fêmea ou seja Iyabá,esse caminho ele se cobre de palha ou mario.quase não se faz mais.Assim conta -se o itan que ele nesse caminho seria fêmea.E por mais um motivo que muitas pessoas confundirão Jagun c/ Obalúwaìye por esse caminho usar palha.Esse caminho só se arruma não se faz em Ori.
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
ONILÉ. O NOSSO PLANETA
Planeta Terra visto da Lua.
(Tambem chamado de BURUKU, SAPATA, INTOTO, OBALUAYE, AJAGUN, AJUNSUN, AZAUANE…)
Onilé era a filha mais recatada e discreta de Olodumare.
Vivia trancada em casa do pai e quase ninguém a via. Quase nem se sabia de sua existência. Quando os orixás seus irmãos se reuniam no palácio do grande pai para as grandes audiências em que Olodumare comunicava suas decisões, Onilé fazia um buraco no chão e se escondia, pois sabia que as reuniões sempre terminavam em festa, com muita música e dança ao ritmo dos atabaques.
Onilé não se sentia bem no meio dos outros.
Um dia o grande deus mandou os seus arautos avisarem: haveria uma grande reunião no palácio e os orixás deviam comparecer ricamente vestidos, pois ele iria distribuir entre os filhos as riquezas do mundo e depois haveria muita comida, música e dança.
Por todo os lugares os mensageiros gritaram esta ordem e todos se prepararam com esmero para o grande acontecimento.
Quando chegou por fim o grande dia, cada orixá dirigiu-se ao palácio na maior ostentação, cada um mais belamente vestido que o outro, pois este era o desejo de Olodumare.
Iemanjá chegou vestida com a espuma do mar, os braços ornados de pulseiras de algas marinhas, a cabeça cingida por um diadema de corais e pérolas, o pescoço emoldurado por uma cascata de madrepérola.
Oxóssi escolheu uma túnica de ramos macios, enfeitada de peles e plumas dos mais exóticos animais.
Ossaim vestiu-se com um manto de folhas perfumadas.
Ogum preferiu uma couraça de aço brilhante, enfeitada com tenras folhas de palmeira.
Oxum escolheu cobrir-se de ouro, trazendo nos cabelos as águas verdes dos rios.
As roupas de Oxumarê mostravam todas as cores, trazendo nas mãos os pingos frescos da chuva.
Iansã escolheu para vestir-se um sibilante vento e adornou os cabelos com raios que colheu da tempestade.
Xangô não fez por menos e cobriu-se com o trovão.
Oxalá trazia o corpo envolto em fibras alvíssimas de algodão e a testa ostentando uma nobre pena vermelha de papagaio.
E assim por diante.
Não houve quem não usasse toda a criatividade para apresentar-se ao grande pai com a roupa mais bonita. Nunca se vira antes tanta ostentação, tanta beleza, tanto luxo.
Cada orixá que chegava ao palácio de Olodumare provocava um clamor de admiração, que se ouvia por todas as terras existentes.
Os orixás encantaram o mundo com suas vestes.
Menos Onilé.
Onilé não se preocupou em vestir-se bem.
Onilé não se interessou por nada.
Onilé não se mostrou para ninguém.
Onilé recolheu-se a uma funda cova que cavou no chão.
Quando todos os orixás haviam chegado, Olodumare mandou que fossem acomodados confortavelmente, sentados em esteiras dispostas ao redor do trono.
Ele disse então à assembléia que todos eram bem-vindos. Que todos os filhos haviam cumprido seu desejo e que estavam tão bonitos que ele não saberia escolher entre eles qual seria o mais vistoso e belo. Tinha todas as riquezas do mundo para dar a eles, mas nem sabia como começar a distribuição.
Então disse Olodumare que os próprios filhos, ao escolherem o que achavam o melhor da natureza, para com aquela riqueza se apresentar perante o pai, eles mesmos já tinham feito a divisão do mundo.
Então Iemanjá ficava com o mar,
Oxum com o ouro e os rios.
A Oxóssi deu as matas e todos os seus bichos, reservando as folhas para Ossaim.
Deu a Iansã o raio e a Xangô o trovão.
Fez Oxalá dono de tudo que é branco e puro, de tudo que é o princípio, deu-lhe a criação.
Destinou a Oxumarê o arco-íris e a chuva.
A Ogum deu o ferro e tudo o que se faz com ele, inclusive a guerra.
E assim por diante.
Deu a cada orixá um pedaço do mundo, uma parte da natureza, um governo particular.
Dividiu de acordo com o gosto de cada um.
E disse que a partir de então cada um seria o dono e governador daquela parte da natureza. Assim, sempre que um humano tivesse alguma necessidade relacionada com uma daquelas partes da natureza, deveria pagar uma prenda ao orixá que a possuísse.
Pagaria em oferendas de comida, bebida ou outra coisa que fosse da predileção do orixá.
E disse que a partir de então cada um seria o dono e governador daquela parte da natureza. Assim, sempre que um humano tivesse alguma necessidade relacionada com uma daquelas partes da natureza, deveria pagar uma prenda ao orixá que a possuísse.
Pagaria em oferendas de comida, bebida ou outra coisa que fosse da predileção do orixá.
Os orixás, que tudo ouviram em silêncio, começaram a gritar e a dançar de alegria,
fazendo um grande alarido na corte.
Olodumare pediu silêncio, ainda não havia terminado.
Disse que faltava ainda a mais importante das atribuições.
Que era preciso dar a um dos filhos o governo da Terra, o mundo no qual os humanos viviam e onde produziam as comidas, bebidas e tudo o mais que deveriam ofertar aos orixás. Disse que dava a Terra a quem se vestia da própria Terra.
Quem seria? perguntavam-se todos?
"Onilé", respondeu Olodumare.
"Onilé?" todos se espantaram.
Como, se ela nem sequer viera à grande reunião?
Nenhum dos presentes a vira até então. Nenhum sequer notara sua ausência.
"Pois Onilé está entre nós", disse Olodumare e mandou que todos olhassem no fundo da cova, onde se abrigava, vestida de terra, a discreta e recatada filha.
Ali estava Onilé, em sua roupa de terra Onilé, a que também foi chamada de Ilê, a casa, o planeta.
Olodumare disse que cada um que habitava a Terra pagasse tributo a Onilé, pois ela era a mãe de todos, o abrigo, a casa.
A humanidade não sobreviveria sem Onilé. Afinal, onde ficava cada uma das riquezas
que Olodumare partilhara com filhos orixás?
"Tudo está na Terra", disse Olodumare.
"O mar e os rios, o ferro e o ouro, os animais e as plantas, tudo", continuou.
"Até mesmo o ar e o vento, a chuva e o arco-íris, tudo existe porque a Terra existe,
assim como as coisas criadas para controlar os homens e os outros seres vivos que habitam o planeta, como a vida, a saúde, a doença e mesmo a morte".
Pois então, que cada um pagasse tributo a Onilé, foi a sentença final de Olodumare.
Pois então, que cada um pagasse tributo a Onilé, foi a sentença final de Olodumare.
Onilé, orixá da Terra, receberia mais presentes que os outros, pois deveria ter oferendas dos vivos e dos mortos, pois na Terra também repousam os corpos dos que já não vivem.
Onilé, também chamada Aiê, a Terra, deveria ser propiciada sempre, para que o mundo dos humanos nunca fosse destruído.
Todos os presentes aplaudiram as palavras de Olodumare.
Todos os orixás aclamaram Onilé.
Todos os humanos propiciaram a mãe Terra.
E então Olodumare retirou-se do mundo para sempre e deixou o governo de tudo por conta de seus filhos orixás.
sábado, 29 de outubro de 2011
Ilé Axé Oxumarê Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. 'Religiões afro-brasileiras'
Casa de Oxumarê
Ilê Oxumarê Araká Axé Ogodô
Candomblé
Princípios Básicos
Deus
Ketu | Olorum | Orixás
Jeje | Mawu | Vodun
Bantu | Nzambi | Nkisi
Templos afro-brasileiros
Babaçuê | Batuque | Cabula
Candomblé | Culto de Ifá
Culto aos Egungun | Quimbanda
Macumba | Omoloko
Tambor-de-Mina | Terecô | Umbanda
Xambá | Xangô do Nordeste
Sincretismo | Confraria
Literatura afro-brasileira
Terminologia
Sacerdotes
Hierarquia
Religiões semelhantes
Religiões Africanas Santeria Palo Arará Lukumí Regla de Ocha Abakuá Obeah
Ilé Axé Oxumarê - Casa de Oxumarê, Sociedade Cultural, Religiosa e Beneficente São Salvador, localizada na Avenida Vasco da Gama, 343, bairro da Federação, antiga Mata Escura, Salvador, Bahia. Foi fundada inicialmente no Calundú do Obitedó, Cachoeira, Recôncavo baiano.
Tombado pelo IPAC - Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia em 15/12/2004.[1]
Índice [esconder]
1 História
2 Localização
3 Babalorixás e Iyalorixás
4 Referências
[editar]História
Casa de Oxumarê, Associação Cultural e Religiosa São Salvador - Ilê Oxumarê Araká Axé Ogodô, fundada por Manoel Joaquim Ricardo, Babá Talabi, entre o final do século 18 e inicio do séc.19, tem suas origens ligadas no culto à Ajunsun, praticado no Calundu do Obitedó, em Cachoeira - Ba. É considerada uma das casas mais antigas de candomblé abertas em Salvador. Localizada, atualmente, no bairro da Federação, com acesso também pela Av. Vasco da Gama, a Casa de Oxumarê foi reconhecida como patrimônio histórico pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia – IPAC, em 15 de dezembro de 2004.
[editar]Localização
A Casa de Oxumarê já teve o seu axé fincando em diversos locais. Inicialmente, entre os séculos XVIII e XIX, Manoel José Ricardo, Babá Talabi realiza o culto a Ajunsun, no Calundu do Obitedó, na cidade de Cachoeira, Bahia. Este é o marco de fundação da Casa de Oxumarê. Em 1830, registros documentais comprovam que a Casa de Oxumarê já realizava as suas atividades religiosas no bairro da Cruz do Cosme (atual bairro do Pau Miúdo), em Salvador. Para fugir das constantes perseguições, Antônio de Oxumarê transfere o Axé da Casa para o, então distante, bairro da Mata Escura, atual bairro da Federação.
As mudanças de locais de funcionamento da Casa de Oxumarê são fruto da sua resistência e a busca de assegurar a integridade dos seus filhos e filhas de santo. Contabilizando o seu nascimento no Calundu do Obitedó, a passagem pela Cruz do Cosme, e sua permanência na Mata Escura, atual bairro da Federação, a Casa de Oxumarê tem mais de 200 anos de existência.
[editar]Babalorixás e Iyalorixás
1 - Manoel Joaquim Ricardo - Babá Talábi de Ajunsun - Africano da Costa, funda o Ilê Oxumarê ainda em Cachoeira, no final do século XVIII. Morre em 20 de junho de 1865;
2 - Antônio Maria Belchior - Babá Salakó de Sangò - Conhecido como Antônio das Cobras - Nasce em 1839, é iniciado aos 6 anos, em 1845. Em 1863 assume a casa de Oxumarê, aos 24 anos. Falece, aos 65 anos, em 14 de janeiro de 1904, depois de administrar a Casa por 41 anos;
3 - Antônio Manuel Bonfim - Babá Antônio de Oxumarê - Conhecido como Cobra Encantada, em alguns momentos também denominado de Antônio das Cobras - Nasce em 1879, aos 7 anos, em 1886 é iniciado por Babá Talabi. Em 1904, aos 25 anos, assume a casa. Aos 45 anos, em 16 de junho de 1926, falece. Administra a casa por 22 anos;
4 - Maria das Merces dos Santos - Yá cotinha de Yewá - Nasce em 1886, aos 19 anos, em 1905 é iniciada. Aos 41 anos, em 1927 assume a casa e administra por 21 anos. Falece em 22 de junho de 1948, aos 68 anos;
Mãe Francelina de Ogun
5 - Simplícia Brasiliana da Encarnação - Yá Simplicia de Ogum - Nasce em 2 de março de 1916, é iniciada aos 21 anos, em março de 1937. EM 1953, aos 37 anos, assume a Casa. Falece ao 51 anos, em 18 de outubro 1967. Dirigiu a Casa por 14 Anos;
No período de 1967-1974 a casa ficou sem atividades.
6 - Nilzete Austricliano da Encarnação - Yá Nilzete de Yemanjá - Nasce em 28 de fevereiro de 1937. Aos 28 anos, em 14 de dezembro de 1965 é iniciada. Aos 37 anos, em 1974, assume a liderança da Casa. Falece aos 53 anos, em 30 de março 1990, após 16 anos de gestão;
7 - Sivanilton Encarnação da Mata - Babá Pecê de Oxumarê - Nasce, em 30 de agosto de 1964 e é iniciado com menos de 2 anos, em 14 de dezembro de 1965. Em 1991, assume a casa com 27 anos. Mais de 20 depois, ainda é a maior liderança da Casa.
Escadarias da Casa de Oxumarê.
Acesso da Casa pelo bairro da Federação
Referências
↑ Tombamento do Casa de Oxumarê
Professor Reginaldo Prandi arq doc
Casa de Oxumarê
Site da Casa de Oxumarê
Matéria sobre gravações feitas por Pierre Verger no Ilê Axé Oxumarê
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